sexta-feira, 29 de abril de 2011

Viva



Liberte-se da necessidade de mostrar qualquer coisa a ninguém, apenas seja quem você é ainda que a maior parte do tempo não seja simples você saber quem é. Contudo, em vez de afirmar sua presença, apenas viva.

Quiroga

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Eventos impossíveis



Sua paciência se esgota e pareceria justo mandar tudo ao inferno? No que depender das circunstâncias nenhuma limitação deveria ser imposta a essa tendência. Porém, se você agisse sob o comando das circunstâncias acabaria sendo menos humano do que seria capaz. A inerente criatividade humana comporta a perspectiva de colocarmos em andamento eventos impossíveis, fruto de nossa força de vontade. Todas as pessoas têm força de vontade, porém, poucas a colocam em prática. Geralmente as pessoas preferem tomar suas decisões sob o comando da força das circunstâncias, agindo de forma adequada e argumentando que não tiveram outra opção. Porém, quem usa a força de vontade supera as circunstâncias e põe em marcha eventos impossíveis.



Autor: Quiroga

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Falsa noção do eu


Como seres humanos, somos profundamente inseguros e não sabemos quem realmente somos. Claro que esse problema não se mostra no nível superficial de nossas vidas. Estamos constantemente dizendo a nós mesmos quem somos, baseados nessa ideia de que estamos separados de tudo mais. Essa sensação de “eu sou separado” é a base do nosso senso de “eu”. Isso é reforçado pelas diversas identidades falsas às quais nos apegamos, noções como “eu sou isso” ou “eu sou aquilo”. Quaisquer crenças que tenhamos sobre nós mesmos são apenas extensões desse tema. Na maioria das vezes em que olhamos em volta, imediatamente vemos que nosso ambiente valida essas falsas identidades. Por isso, é um esforço desafiador desconstruir essa ilusão do eu. Sempre que olhamos no espelho podemos ter algum pensamento sobre nós mesmos. Cada um desses pensamentos aumenta o efeito. Eles se tornam os tijolos conceituais que usamos para continuar construindo o castelo ilusório do eu. No entanto, há a suspeita de que essa noção do eu pode ser muito frágil e transitória; esse pensamento fica silenciosamente se esgueirando em algum lugar de nossa mente. Na maioria das vezes, essa suspeita não é trazida à luz da consciência, mas se for, uma sabedoria interior profunda surgirá certamente. Nossa suspeita sobre a fragilidade dessa falsa noção do eu pode ir em duas direções. Em geral, ela se torna a fonte do medo, ansiedade e insegurança. Frequentemente vemos pessoas temerosas e excessivamente defensivas no que se refere às suas próprias identidades. Nós mesmos temos a tendência de nos amedrontar caso nossa identidade seja ameaçada. Mas em outras vezes a suspeita pode ir em outra direção. Quando isso acontece, pode acontecer uma revelação de mudar a vida, que nos leva para a realização do nível mais elevado da verdade. Essa ideia não é nenhuma nova super-teoria. Trata-se de uma sabedoria imemorial que já foi realizada por muitas pessoas na história humana. O Buda ensinou essa sabedoria, e em sua tradição isso é chamado de “anatman” ou “não-eu”. Esse é o termo usado para indicar que uma pessoa desnudou essa falsa noção do eu. Ela percebeu que essa sensação é apenas uma identificação com os papéis representados na vida. É apenas uma máscara, não a verdade.


Anam Thubten “No Self, No Problem” (Dharma Quote of The Week – Snow Lion, 28/10/10)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Precisamos de paz


Durante milhares de anos temos trabalhado para fazer deste planeta um grande hospício, e infelizmente conseguimos. Em toda parte as mesmas coisas se repetem: as pessoas estão se matando umas às outras, há violência pelo simples motivo que nós, de maneira muito sutil, não permitimos que as pessoas usem suas energias de formas criativas. E, sempre que as energias criativas são bloqueadas, tornam-se destrutivas. A violência não é o verdadeiro problema. O verdadeiro problema é como ajudar as pessoas a serem criativas. Uma pessoa criativa não pode ser violenta porque suas energias estão se movendo em direção ao divino. Então você não pode ser violento, não pode ser destrutivo; isso é impossível. Contudo, por milhares de anos destruímos todas as portas possíveis para a criatividade. Em vez de ajudar as pessoas a serem criativas, nós as treinamos para serem destrutivas. Guerreiros, soldados: nós os respeitamos demais. Precisamos de amantes, não de combatentes. Mas o amor é condenado e a violência valorizada. É mais fácil brigar com uma pessoa e decidir quem está certo. A lei do mais forte — a lei da selva continua valendo. Dizemos que os homens são civilizados... Eles ainda têm que se tornar civilizados. Essa é apenas uma ideia que ainda não foi concretizada. Os homens são civilizados apenas superficialmente, é apenas uma camada de verniz. Basta arranhar essa superfície e você irá encontrar o animal por baixo — uma besta feroz, muito mais feroz que qualquer animal selvagem. Nenhum animal, por mais selvagem que seja, usa bombas — bombas atômicas, bombas de hidrogênio. Comparado aos homens e à sua violência, qualquer animal fica muito aquém.


Osho, em "Osho de A a Z: Um Dicionário Espiritual do Aqui e Agora"


Por que é preciso respirar



Quando você respira rápido, vive rápido e não se vê... Quando respira curto, vive curto. Tem tempo apenas para reagir e nunca para ser o iniciador de uma ação, a sua, aquela que você decidiu... Uma onda vem, lhe desequilibra e é preciso usar a energia que sobra da pouca respiração para se aguentar e, então, como tomar uma decisão consciente e própria? Vivemos dando respostas quando o mais importante é fazermos perguntas. Que perguntas? Respire... e escute-as Quando em momentos difíceis e tumultuados as pessoas me perguntam o que fazer, eu, na maioria das vezes, respondo: “respire!!!”. Claro que todos nós respiramos, caso contrário estaríamos mortos. Porém, quando digo respire é para você colocar intencionalmente mais ar (oxigênio) dentro de sua circulação sanguínea. Não sou especialista da área da saúde, mas tenho certeza de que quando você respira com a intenção de fazê-lo, você aumenta sua vitalidade e, embora não consiga provar, sua longevidade também. No entanto, o que quero lhe dizer é que respirar melhora sua qualidade de vida não só pela oxigenação, mas pelo tempo que dura uma inspiração e uma expiração. Você sabia que expirar em grego significa espírito? Pois é, respirar com intenção e prestando atenção lhe dá a oportunidade de parar um ou dois segundos antes de uma atitude qualquer. Se você ainda não fez isso, não pode acreditar no milagre que esses segundos podem fazer em sua vida e eu estou dizendo de apenas 1 ou 2 segundos. Experimente isso agora. Respire... solte o ar. No que você pensou? O que sentiu? Nada? Ótimo!!! É exatamente isso. Nada!!! Um ou dois segundos de descanso e não de reação. Você já reparou como vivemos? Reagindo aos acontecimentos compulsiva e automaticamente sem nos darmos conta de que estamos sendo levados pela "maré" de energias eletromagnéticas produzidas por todos. Você, sem se dar conta, está no mar dessas energias e vai nadando como pode e apenas reagindo sem escolha ou com pseudoescolhas, pois, se o mar está bravo e não está pra peixe você não pesca e nem percebe que o resultado obtido em nada tem a ver com o que buscava. Por fim, acaba chamando isso de "destino" o que eu chamaria de “inconsciência". A saída é: respire... mais uma vez... Muito bem, com a respiração consciente você tem força para, mesmo a partir de dentro desse mar, escolher se quer ou não nadar e para que direção. Uma simples respiração consciente faz você fazer contato com a sua capacidade de escolha, independente de pessoas e fatos. Falo da sua própria capacidade, que vem da sua melhor parte, da sua parte essencial, aquela que sabe que há mais vida para você viver e mais amor para você sentir, mas que está sem ser ouvida, pois quando respira pouco, você vive pouco e se escuta pouco. Quando você respira rápido, vive rápido e não se vê. Apenas olha para fora e enxerga esse mar de energia que o envolve. Quando respira curto, você vive curto e tem tempo apenas para reagir e nunca para ser o iniciador de uma ação, a sua, aquela que você decidiu. A onda vem e lhe desequilibra e é preciso usar a energia que sobra da sua pouca respiração para se aguentar e, então... como dá para tomar uma decisão consciente e própria? Vivemos dando respostas quando o mais importante é fazermos perguntas. Mas, como perguntar se não temos ar? E aí vamos respondendo, tentando acertar e usando nossa pequena respiração para prestar atenção se conseguimos agradar aos outros. Frustramo-nos na grande maioria das vezes. Respiramos menos quando estamos tristes ou desapontados e entramos num círculo vicioso onde: respiramos menos, pensamos menos, sentimos menos e reagimos mais. A saída? Respire... mais uma vez... isso, mais uma... ótimo! Agora se faça uma nova pergunta. O quê? Não sabe que pergunta fazer? Relaxe e respire... A pergunta útil aparecerá... continue respirando devagar e conscientemente... Quantos segundos vai perder? Talvez uns 200, 300 ou quem sabe 1.000, mas o que são segundos diante da vida boa que podemos ter quando simplesmente respiramos e deixamos nossa essência dar boas soluções e boas respostas. Respirar lhe dá responsabilidade, o que é isso? A habilidade em responder. E para dar respostas é preciso parar de reagir compulsiva e automaticamente. Responder com responsabilidade é se perguntar: Qual a minha parte nessa história? Ah! Respirar... viver mais e melhor exige responsabilidade, pois sem ela você fica sem capacidade de escolha positiva, lembrando que não escolher também é uma escolha. Todos queremos liberdade e a temos quando respiramos. Quanto ar você quer tomar dessa vida? Quanto ar você que dar para essa vida? Só depende de você!!!!! Faço um desafio... Respire...


Heloísa Capelas

Diretora de Desenvolvimento Humano do Centro Hoffman

Andar sobre as águas


Quando escritos sagrados são lidos, todo detalhe é de grande importância, é nas pequenas coisas ditas que as grandes revelações acontecem. No Novo Testamento cristão se descreve a passagem quando o Cristo andou sobre as águas. Não é dito que ele pairou sobre as águas, mas que andou sobre elas. Se Cristo andou sobre as águas nós humanos também podemos fazer o mesmo, mas temos de andar e não ficar parados. Na prática este ensinamento simbólico significa que se ficarmos quietos esperando por um milagre acabaremos afundando nos problemas que tentamos superar. Porém, se aplicarmos dinamismo a nossas vidas e nos envolvermos continuamente em nossas tarefas e nos esforçarmos para fazer algo novo acontecer, então o milagre de andar sobre as águas será revelado através de nossas presenças também.


Quiroga