domingo, 25 de novembro de 2012

Opostos que não são



Fome de prazer? Certamente! Porém, talvez você tenha se esquecido de que o prazer sempre vem acompanhado de sua irmã gêmea, a dor, que também é chamada de decepção.

Essa ambiguidade é infalível, você pode tentar forçar a separação, mas só conseguirá postergar a visão dessas gêmeas siamesas que são inseparáveis, ninguém consegue a façanha de pinçar somente uma delas, elas andam juntas.

O oposto do prazer não é a dor, nem tampouco o oposto da dor é o prazer, prazer e dor andam juntos e nunca se separam.

Quem anda na contramão destas siamesas e as anula indo além delas é a felicidade, a dimensão misteriosa que não se importa se as condições são dolorosas ou prazerosas, pois infunde a certeza de tudo estar bem ainda que pareça estar mal.

Felicidade é o que sua alma verdadeiramente procura, trabalhe com esta hipótese, liberte-se do jugo das gêmeas siamesas.

Quiroga

Tratak



Tratak – a técnica do olhar fixo
Se você olhar para uma chama por um longo tempo, por alguns meses, durante uma hora diariamente, o seu terceiro olho começará a funcionar perfeitamente. Você se tornará mais alerta, mais iluminado.

A palavra tratak vem de uma raiz que significa lágrima. Você deve olhar para a chama até que as lágrimas comecem a fluir pelos olhos. Continue fixando, sem piscar, e o terceiro olho começará a vibrar.

A técnica de olhar fixamente não está, na verdade, relacionada com o objeto, mas sim com o próprio olhar fixo. Fixando o olho sem piscar, você fica focado, e a natureza da mente é estar em constante movimento. Se você olhar realmente fixo, sem mover nada, a mente fatalmente terá problemas.

A natureza da mente é mover-se de um objeto para outro, mover-se constantemente. Se você fixar o olho na escuridão, na luz, ou em qualquer outra coisa, se estiver realmente fixando, o movimento da mente cessará. Porque se a mente estiver se movendo, você não estará fixando; estará perdendo o objeto. 

Quando a mente se move para qualquer outro lugar, você se esquece, não consegue lembrar-se do que estava olhando. Fisicamente, o objeto está lá, mas desaparece para você porque você não está presente; você se moveu em pensamento.

Olhar fixamente, tratak, significa não permitir que a atenção se mova. E quando você não permite que a sua mente se mova, no início, ela luta, luta muito, mas se você continua a praticar a técnica, aos poucos ela para de lutar.

Para por momentos. E quando a mente para, não existe mente, pois ela só pode existir em movimento. Quando não há movimento, o pensamento desaparece, você não consegue pensar, pois pensamento significa movimento – mover-se de um pensamento para outro. É um processo.

Se você olhar fixa e continuamente para uma coisa, totalmente atento e alerta... porque você pode fixar com os olhos mortos e continuar pensando – apenas os olhos, olhos mortos, sem ver. Com os olhos de um morto você consegue ver, mas a mente continua se movendo. Isso não adianta nada. Olhar fixamente significa olhar não só com os olhos, mas com a mente totalmente focada através dos olhos.

Portanto, seja qual for o objeto – isso depende: se você gosta da luz, tudo bem; se gosta da escuridão, ótimo. Seja qual for o objeto, no fundo ele é irrelevante – a questão é parar a mente de maneira total ao fixar, é focá-la para que o movimento interior, a agitação, cesse, para que a oscilação interior cesse. 

Você está apenas olhando sem fazer nada. Esse olhar profundo o mudará completamente. Tornar-se-á uma meditação.

Osho, em "O Livro Orange"


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sábado, 17 de novembro de 2012

Evolução





A evolução é infalível, porém, no caso de nossa humanidade não é automática, precisa ser decidida, promovida, incentivada e sustentada ao longo do tempo. 
Em nossa humanidade a evolução pode ficar estagnada por períodos enormes até alguma ficha cair e uma verdade se tornar disseminada o suficiente para que os indivíduos se motivem a ir à busca de algo que ainda não realizaram, mas que percebem vagamente. 
A evolução é sempre motivada por uma limitação, por um constrangimento, uma falta qualquer que é percebida, porque também é percebido que há algo além dessa condição. 
Nesse momento se coloca em marcha a Lei dos Ciclos, que opera ao longo do tempo a sabedoria das experiências, as quais, por sua vez, promovem a expansão. 
Assim acontece a evolução, mas de novo, no caso de nossa humanidade esta não é automática.

Quiroga


domingo, 11 de novembro de 2012

O amor é uma flor rara


O amor é uma flor rara. Ele só acontece às vezes. Milhões e milhões de pessoas vivem na falsa atitude de que amam. Elas acreditam que amam, mas isso é só uma crença.

O amor é uma flor rara. Às vezes ele acontece. É raro porque só pode acontecer quando não existe medo, nunca antes disso. 

Isso significa que o amor só pode acontecer a uma pessoa profundamente espiritualizada, religiosa. 

O sexo é possível para todos. A familiaridade é possível para todos. Não o amor.

Quando você não tem medo, não há o que esconder; então você pode se abrir, pode pôr abaixo todas as fronteiras. E então pode convidar o outro a tocar a sua essência.

E, lembre-se, se você deixa que alguém o toque profundamente, o outro também deixará que você o toque, pois, quando deixa que alguém o toque, você inspira confiança.

Quando você não tem medo, o medo da outra pessoa também desaparece.

No amor de vocês, o medo está sempre presente. O marido teme a mulher, a mulher teme o marido. As pessoas que se amam sempre têm medo uma da oura. Então não é amor. É só um arranjo entre duas pessoas medrosas, que dependem uma da outra, brigam, exploram-se, manipulam, controlam, dominam, possuem uma a outra — mas não é amor.

Se você conseguir deixar que o amor aconteça, não precisará de prece, não precisará de meditação, não precisará de igreja nenhuma, de templo nenhum. 

Se amar, você pode se esquecer completamente de Deus — porque, por meio do amor, tudo terá acontecido a você: meditação, prece, Deus, tudo terá acontecido a você.

É isso que Jesus quis dizer quando falou que Deus é amor. 

Mas o amor é difícil. O medo tem que ser superado. E é isto que é estranho, vocês têm tanto medo e, ao mesmo tempo, não têm nada a perder. 

Osho, em "Coragem: O Prazer de Viver Perigosamente"

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M

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Em busca de algo mais



Você quer mais, isso é legítimo, porque significa que sua alma percebe haver algo mais do que a realidade que conseguiu construir até o momento.

Esse impulso, porém, é delicado e precisa ser tratado com carinho e cuidado, pois se for machucado e sistematicamente frustrado se tornará um veneno que corroerá as entranhas da própria alma ao ponto de não poder mais se movimentar livremente na busca de algo mais.

É um caminho perigoso, pois a alma também corre o risco de enredar e travar seus movimentos livres quando, tomada pela inveja, se convencer de que o jardim dos outros seja tão mais bonito que o próprio que só o tomando para si conseguiria se sentir feliz.

Por isso e por muitas outras coisas é que o impulso inicial, legítimo, puro, belo e verdadeiro se pode corromper para depois ser muito difícil resgatá-lo; não impossível, nunca é, porém, bem difícil redimi-lo.

Você quer mais, pois então se cuide para não se corromper, pois essa seria a única forma de não conseguir o mais que você quer, mas se iludir com dimensões que infalivelmente diminuirão o tamanho de sua humanidade.

O caminho de querer mais será legítimo e, por isso, protetor e incentivador de progresso, na medida em que você perceber que se pode irradiar livremente ao mundo inteiro.

Progresso legítimo é aquele que se pode compartilhar, enquanto o ilegítimo é o que precisa de ocultamento e repressão para ser sustentado.

Quiroga

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O jardineiro



      - Bom dia!                
     Começava assim sua jornada diária.                
     Logo de pé olhava para a parede do quarto onde havia escrito “sorria todos os dias”. Sorria e dava bom dia a si mesmo, e depois dizia alto, para o mundo escutar. Olhava-se bem no espelho, cada parte de seu corpo e com as mãos sentia o bater do coração. Estava bem vivo. Tinha mais um dia para fazer de cada respiração uma âncora a prendê-lo no presente e perceber tudo ao seu redor. Como todos os outros, carregava também alguns problemas, mas ao se levantar todas as manhãs estava disposto a procurar soluções e não mais perguntas.
     Pelas ruas andava sustentando um belo sorriso. Era sua maneira de agradecimento com a vida por lhe oferecer a cada dia novas oportunidades. Agradecer pelo sol brilhar, pela chuva, pelo vento que levava tanta coisa embora. Tinha uma verdadeira gratidão pelo que recebia do mundo e o que demais necessitava buscava com boa vontade. De braços abertos recebia o que a vida tinha para oferecer e tentava fazer o melhor com o que possuía. Transformava o que para muitos seria dificuldade em novos desafios.
     As adversidades eram um solo perfeito para crescer sua esperança. Nunca conheceu campo tão fértil e era incrível tudo o que ali crescia com o devido cuidado e atenção. Apresentava-se árido e agressivo ao primeiro contato, mas quando regado com paciência e amor grandes campos verdejantes brotavam.
     Possuía um jeito incomparável de lidar com suas mudas, cada uma de espécie distinta, mas todas ganhavam sua merecida atenção. Não se importava em dispor de seu tempo para regá-las devagar, pois andava ao seu lado e sabia que o próprio tempo traria belíssimas flores. Iluminava aquele campo com luz de sabedoria e não havia terra seca que não se desdobrasse em vida ao seu toque.
     Cultivava cada sorriso que recebia em reflexo ao seu. Mesmo aqueles soltos pelos rostos alheios fazia crescer também dentro de si. Em sua alma eles eram alimento para a felicidade, uma fonte eterna de energia que nutria seu canteiro de coisas boas. Via pelas ruas sorrisos de pessoas apaixonadas, de amigos, irmãos, de gente que simplesmente ria por rir. Vibrava com a certeza de que todos sabiam que a alegria existia estando sozinhos ou não. Satisfazia-se em saber que apesar dos males que, tinha certeza, acompanhava cada um ainda sabiam sorrir. Regavam de suas próprias maneiras suas sementes, mas infelizmente ainda não preparavam bem o solo.
     Não havia paredes que o impediam de ter contato com coisas ruins. Ao contrário, não era feito de ferro, assim como os demais, e diariamente todo tipo de angústia insistia em perturbá-lo. Porém, tinha consciência de que poderia escolher entre deixar que isso o derrubasse ou poderia filtrá-las, tirando algo positivo dali. Agia como a água: ao encontrar um obstáculo, contornava-o. Não gastava sua energia dando murros em ponta de faca. Quando lhe fechavam a porta, saía pela janela.
     Em momentos onde alguns entrariam em desespero, ele aquietava sua emoção e impedia que seus próprios sentimentos lhe empurrasse abismo abaixo. Tinha controle sobre o que sentia e não se deixava dominar. Era um pleno observador da situação e assim podia discernir o caminho à sua frente e avaliar todas as posições. Como fazia todos os dias ao abrir os olhos, estava em busca das soluções e não em correr em círculos atrás dos problemas. Quando não as encontrava, sorria:
_O problema que não tem solução, solucionado está!
     Existiam vários motivos para que suas flores morressem ou crescessem tristes e sem cor. Às vezes o tempo não era propício ao cultivo, mas nem por isso desistia da labuta. Havia tempestades torrenciais, secas severas, tornados que varriam o que à sua frente estava. Ainda assim seu jardim era deslumbrante. Sempre reservava forças para fazer as coisas acontecerem, uma fonte para regar e manter aquecido suas determinações.
     Sobre a peneira de sua razão crescia sempre bons frutos. Não importava o que entrava, mas sim o que saía. O mundo estava repleto de energias negativas, de pessoas que odiavam as outras por não conseguirem amar a si mesmos. Tropeçava constantemente nos erros deixados pelas ruas, deparava-se em cada esquina com pessimismos, sortes perdidas e onde havia espaço era possível encontrar as mais variadas solidões. Seus olhos não eram alheio a tudo isso, muito menos seus ouvidos e todos os outros sentidos. Porém, tudo que assimilava era reciclado em sua alma. Possuía uma máquina que repintava as partes feias daquele lixo, adicionava alguns belos detalhes e pronto, estava novo. Transformava esperanças quebradas em solo bom, lágrimas em chuva e solidão em céu aberto com sol e luz.
     Nada surgia ao acaso, nem mesmo o que não era bom. Colhia o que semeava. Sabia que para ter belas flores deveria cultivar boas sementes. A qualidade do que possuía advinha da sua escolha de semear bons pensamentos ou não, tomar atitudes certas ou precipitadas, ser otimista ou pessimista, aprender a sorrir ou se afogar na decepção. Não importava o tamanho do que produzia, mas sim a intensidade que lhe trazia alegria. Quanto mais regasse suas sementes, mais elas cresceriam fortes e saudáveis. Suas palavras trariam muito mais além do que suas mãos poderiam alcançar. Todas as atitudes positivas seriam o melhor dos alimentos para seu jardim.
     Era um trabalho árduo, mas fazia com amor. Sua vontade em cultivar o belo era sincera, dando-lhe os motivos certos para continuar sua peleja. Seu jardim não era sua propriedade particular, mas um lugar onde plantava um mundo bom para que outros pudessem também o desfrutar. Era aberto a quem quisesse colher a felicidade em seu estado mais puro e verdadeiro. Era o destino daqueles com corações quebrantados, onde aprenderiam como cuidar de seu próprio canteiro. 
     Por todos os dias continuaria a regar suas boas intenções e ver brotar os mais variados e belos frutos e flores. Mesmo que não fosse, daria bom dia à ele, ao mundo, à vida. Estaria sempre em seu campo colorido de vida, perfume e amor, talvez escondido no meio das coisas boas, mas sempre disponível àqueles que queriam deixar sua vida menos amarga. Estava cercado pelo produto de sua própria vontade, de seus esforços e de suas crenças.
      Suas ferramentas eram suas próprias mãos, seu coração e seu sorriso. Estava com os pés descalços, em contato com o chão, para perceber a verdade do mundo em seu contato. Conhecia a si mesmo, conhecia os demais. Gratuito era seu trabalho e recebia como pagamento o melhor tesouro: a felicidade.



Gabriel Costa
22/10/2012 - 03/11/2012

http://umcaradeumabanda.blogspot.com.br/2012/11/o-jardineiro.html?spref=fb


terça-feira, 6 de novembro de 2012

Você foi capaz de ser você mesmo?



Nunca tente ser outra pessoa. Apenas tente descobrir quem você é, e permita-se ser, aceite isso, dê-lhe as boas-vindas, deleite-se nisso, aprecie, de modo que seu ser seja nutrido, de modo que ele cresça.

Através de você, Deus está tentando se tornar alguém que ele nunca tentou antes.

Deus não é repetitivo; sua criatividade é infinita. Ele nunca dirige o mesmo modelo novamente — ele não é um Henry Ford. 

Ele é absolutamente inventivo: todos os dias vai tentando o novo, o fresco, nunca tem o incômodo de repetir um modelo novamente, vai sempre aperfeiçoando; é um grande inovador. É isso que é criatividade. 

Assim, não tente se tornar um Jesus — porque então Deus não o receberá. 

Um hassídico estava morrendo. Seu nome era Josias. Alguém lhe perguntou: 
— Você orou a Deus, já fez a sua paz com Deus? Tem certeza de que Moisés será uma testemunha sua? 
Josias olhou para o questionador e respondeu: 
— Não estou preocupado com Moisés, porque, quando estiver frente a frente com Deus, sei perfeitamente bem que ele não me perguntará: "Josias, por que você não foi um Moisés?" Ele me perguntará: "Josias, por que você não foi um Josias?" 
Assim, estou preocupado comigo. Parem de falar absurdos! Moisés — o que eu vou fazer com Moisés? Toda a minha vida foi um desperdício nisso.
Agora estou morrendo e encarando a verdadeira questão que ele me perguntará: "Você foi um Josias ou não? Eu o fiz para você ser alguém especial, alguém único. Você alcançou esse pico ou não? Você perdeu a oportunidade?"

Deus lhe perguntará certamente: "Você foi capaz de ser você mesmo?" 

Nenhuma outra pergunta pode ser feita.

Osho, em "Palavras de Fogo: Reflexões Sobre Jesus de Nazaré"


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sábado, 20 de outubro de 2012

O modo mais bonito de se desligar do ego


O riso é uma das mais divinas experiências, mas muito poucas pessoas riem de fato. O riso delas é fraco - ou é intelectual, ou apenas uma fachada, ou uma formalidade, ou um maneirismo, mas nunca é total.

Se um homem conseguir rir de verdade, com o coração e sem se conter, nesse momento algo formidável pode acontecer - porque o riso, quando é total, desliga-se totalmente do ego, e esta é a única condição em que se conhece Deus: desligando-se do ego.

Há muitos modos de se desligar do ego, mas o riso é o mais bonito. O riso não precisa de talento. 

Na verdade, as crianças riem da maneira mais bonita, da maneira mais total. Quando crescem, seu riso se torna fraco, elas começam a reprimi-lo, começam a pensar se devem rir ou não, ou se é certo rir em tal e tal situação.

Aprenda novamente a rir como criança - rir total e conscientemente -, e não apenas dos outros, mas de si mesmo também. 

Não se deve jamais perder uma oportunidade de rir. 

O riso é oração.

Osho, em "Meditações Para o Dia"


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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O medo dos agressores



Todo ser humano que agride é tomado pelo medo, mas como não tem coragem de admitir seu verdadeiro estado de ânimo tenta mascará-lo com ofensas e agressões de todos os tipos.

Assim é que a verdadeira coragem nunca é testada, pois essa é a que orientaria a sair dessa ciranda infame das agressões e da brutalidade, iniciando o processo de ancorar na civilização uma dinâmica de relacionamentos pautada na tolerância.

Neste planeta deve haver lugar para tudo e para todos, esta é a verdadeira medida, este é o ponto corajoso mediante o qual o medo, um antiquíssimo companheiro de jornada, poderá finalmente ser derrotado sem, no entanto, disparar um único tiro.

Cada ser humano deve fazer a sua parte, pois tanto os que se sentem acuados quanto os que avançam e pisoteiam os outros, todos, sem exceção, vivem à sombra do medo e, por isso, ainda não vivem seus verdadeiros destinos nem tampouco progridem, mesmo que estejam convencidos do contrário.

Aliás, de convencimentos equivocados é que se constrói a verdadeira ignorância.

Viver com medo é uma experiência que diminui nossa humanidade e nos ancora na animalidade. (Com todo respeito aos animais)

Quiroga

O caminho espiritual



Quando sejamos capazes de aceitar nossos semelhantes como são, belos e imperfeitos, com suas faltas, fracassos e vitórias, nos identificando neles, então poderemos dizer que trilhamos o caminho espiritual. 
Até lá fingiremos que nos elevamos, mas na prática seremos mais um de uma longa dinastia de egoístas que pretendem ser mais do que os semelhantes. 
Cada ser humano deve reconhecer sua própria vileza antes de erguer o dedo e acusar seus semelhantes, pois nesse reconhecimento reside a semente do amor e quando essa começa a germinar, a mente faz tantas conexões e reconhecimentos que não lhe resta mais tempo para discursar sermões acusadores, se dedica o tempo inteiro a superar as falhas em si mesma, conhecendo que esse seria o melhor serviço que poderia prestar para construir um mundo verdadeiramente melhor.

Quiroga

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A vida define





As potencialidades são imensas, mas nossa humanidade realiza menos do que imagina. 
Essa discordância entre a teoria e a prática é incômoda, confronta nossa humanidade com sua pior inimiga, a preguiça, aquela que sopra ao ouvido a sugestão de não ser necessário se esforçar tanto e que todo trabalho deveria ser feito tendo em vista o descanso posterior, o que levaria a realizá-lo o mais rapidamente possível e de forma desleixada. 
Enquanto isso, nossa humanidade fica sonhando com a vida que levaria se tivesse recursos suficientes para prescindir do trabalho, imagina todas as potencialidades. 
Enquanto isso, a Vida não define o caráter humano por uma vitória, uma derrota ou pela constante imaginação, a Vida define o humano pelo modo de se comportar quando está só, livre da interferência do olhar alheio.

Quiroga


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Simplicidade




A simplicidade é viver sem ideais. Os ideais criam complexidade, criam divisões em você e, portanto, geram complexidade. 

A partir do momento em que fica interessado em ser outra pessoa, você se torna complexo. Simplicidade significa estar contente com aquilo que você é.

O futuro traz complexidade. Quando está completamente no presente, você se torna simples.

Simplicidade não significa uma vida de pobreza. Isso é completamente absurdo porque a pessoa que impõe uma vida de pobreza a si mesma não é simples. É hipócrita. Essa necessidade significa que, lá no fundo, ela deseja exatamente o oposto.

Do contrário, por que seria necessário impor algo? Você só impõe determinado caráter sobre si mesmo se for o oposto disso...

A simplicidade significa ser apenas aquilo que você é, em absoluta aceitação, sem objetivos, sem ideais. Todos os ideais são besteiras inúteis, livre-se de todos eles.

É preciso coragem para ser simples. É preciso coragem porque você nunca estará ajustado àquilo que chamam de "sociedade" e que existe ao seu redor. Você sempre será um estrangeiro. 

Mas será simples, e a simplicidade possui uma beleza. Você estará completamente em harmonia consigo mesmo. Não haverá conflitos dentro de você, não haverá divisões dentro de você. 

Um ideal traz as divisões. Quanto maior o ideal, maiores são as divisões...

A simplicidade não é um ideal, você não pode se impor a simplicidade. É por isso que nunca digo que pessoas como Mahatma Gandhi são simples. Eles não são, não podem ser. 

Simplicidade é o ideal dessas pessoas, elas estão tentando atingi-lo. A simplicidade
é um objetivo muito distante no futuro, e elas estão lutando, estão se esforçando, fazendo um grande esforço. 

Como é possível criar simplicidade a partir de um esforço? Tentam melhorar a existência com seu esforço. A existência é perfeita como ela é, não precisa ser melhorada. A simplicidade significa tão-somente aquilo que é.

Osho, "Osho de A a Z: Um Dicionário Espiritual do Aqui e Agora"


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Definições




É decisivo! É propício definir! 

Há momentos na vida que imprimem uma inflexão definitiva, pois mudam o curso dos acontecimentos, para o bem ou para o mal.
Em muitos casos somos levados a isso como se fossemos carregados pela mão misteriosa do destino. 
Porém, há também casos em que apesar de termos sido carregados por essa mão misteriosa durante um tempo longo, em determinado momento nos munimos de força sobrenatural e mediante o poder de nossas vontades mudamos o curso da história.

Seja passivamente ou por obra e graça de sua própria vontade, considere ser este um desses momentos que tem tudo para ser decisivo.
Não é a final de Copa do Mundo, mas salvas as devidas proporções, nos assuntos que lhe dizem respeito se poderá viver uma analogia do acontecimento.

Depois da definição, e com a entrada de Saturno em Escorpião, o caso seguirá na direção do que resulte dessa definição e de todas as rupturas que acontecerão.
Quando nos deparamos com a palavra ruptura sempre trememos, porque nos apegamos de forma inerte ao conhecido, ainda que seja um mal conhecido, temendo o desconhecido, ainda que seja um bem desconhecido.

A vantagem de Saturno em Escorpião consiste em que apesar de nossos temores, o impulso da ruptura será avassaladoramente maior, uma verdadeira vantagem, considerando-se a inércia em que todos existimos.

Além do quê, o processo destrutivo inerente a toda ruptura nunca poderia atingir o que estivesse em bom andamento e sobre bases sólidas, mas a tudo que está na corda bamba, sustentado por muletas (com todo respeito aos que usam muletas, porque as precisam, a afirmação anterior foi feita para o que usa muletas sem precisá-las).

Quiroga

Querer





Querer muito, querer tudo, querer demais, o excesso de quereres pode terminar em ficar querendo e nada além disso.

Deliciar-se com a visão de tudo que poderia ser, admirar-se com as belas curvas femininas ou os braços fortes e o olhar poderoso dos homens, imaginar o que você compraria se tivesse suficiente dinheiro, fantasiar com os lugares que conheceria e todas as aventuras que você empreenderia, assim como também os gastos que você faria, tudo uma delícia! Tudo sedutor!

Porém, enquanto isso, aí está você na mesma vida de sempre, e quando o olhar retorna a essa realidade sobrevém a decepção. O que você fará nessa hora? Começará a dar patadas sem eira nem beira, desprezando sua realidade? Ou dessa vez tomará uma atitude um pouco mais saudável percebendo que a fantasia acabou e que foi boa enquanto durou?

Com um pouco de sabedoria em mente a fantasia pode ser um momento de adquirir leveza, afinal, já que a mente é capaz de viajar tão longe sem sair do lugar é até propício aproveitá-la.

Porém, se na volta da fantasia você tiver se convencido de que seria melhor viver nela do que no mundo que construiu, então aí começaria uma distorção que, em nome da sabedoria, seria melhor exorcizar sumariamente.

As fantasias podem ser uma necessária válvula de escape, mas você não fixaria residência numa válvula de escape, fixaria?

Quiroga

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Conhecerás a verdade




Conhecerás a Verdade e ela te libertará. 
Que conhecimento seria esse, capaz de promover tão elevado objetivo? Certamente não será o conhecimento acadêmico, cada vez mais distante da realidade por ter se posto quase que exclusivamente a serviço da ciranda produtiva, a qual, por sua vez, não respeita a singularidade dos indivíduos humanos, mas precisa deles assustados e divididos para que sirvam de engrenagens ao sistema produtivo, consumindo produtos e venerando a ciência acadêmica como a nova religião, cujos dogmas são inquestionáveis. 
A verdade só poderia ser conhecida por percepção direta, por experimentá-la tão íntima e visceralmente que ao seu respeito não restaria dúvida alguma.
A verdade pode ser identificada apenas por mérito próprio.

Quiroga                       
                                                              
                                                              
                                                              


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Sem misericórdia para os lamurientos



Assustar-se com os obstáculos e retroceder a uma postura de lamentos por tudo ser muito difícil seria a pior atitude num momento como o atual. O destino pode ser muito severo com este tipo de atitude, não há misericórdia na trama de ferro desta era astrológica.

Você pode pedir ajuda, você pode demandar energia extra para seus momentos difíceis, você pode invocar colaboração e sabedoria, mas se você se deter a choramingar na beira do caminho, certamente perderá toda a assistência que o mundo invisível outorga. 
Não há pena para os choramingos, e sabe por que? Porque são sempre motivados pelo egoísmo, ou seja, o choramingo tem um quê de prazer masturbatório que pela sua própria natureza se encerra em si mesmo, afastando toda e qualquer possibilidade de assistência.

Por isso, diante dos obstáculos, não se detenha nas lamúrias, passe rapidamente por essa condição e continue empenhando todo seu esforço para continuar em frente.

Só isso mostrará que sua alma é merecedora de assistência e, assim, receberá cada vez mais.

Quiroga

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O fogo é que forja o aço



Sim, meu caro! É o fogo que forja o aço. Se você conhece alguém que pareça ter vindo ao mundo a passeio, saiba que em outras vidas ele adquiriu méritos para isso. Você sabe encarar o sofrimento? Você sabe transformá-lo em algo positivo?

Pode acontecer que faça parte de sua lição de vida aprender como Jó, a quem todas as coisas e as pessoas que mais amava, foram tiradas duma só vez. Jó tinha saúde, dinheiro, família e tudo perdeu. A revolta inicial de Jó com Deus foi grande, para em seguida se conformar e aceitar a grande lição do desapego. Muitos que passaram pelo que Jó passou não aguentaram e cometeram suicídio. Mas Jó disse: "Nu saí do ventre da minha mãe e nu voltarei para lá. Iaweh o deu, Iahweh o tirou, bendito seja o nome de Iahweh".

Precisamos entender que viemos ao Planeta Terra para evoluirmos, para darmos saltos quânticos evolutivos e que o Universo atrai as pessoas e situações que nos são necessárias para isso; que tudo o mais é uma ilusão; que só levamos da nossa curta passagem o que crescemos espiritualmente.

Precisamos transformar as experiências negativas em positivas. Aprender e saber, do fundo do coração, que tudo é bom, que tudo vem de Deus. Todas as situações vividas são, na verdade, maravilhosas oportunidades de crescimento e assim devem ser vistas.

Por que se preocupar se você pode orar? Ore, tenha fé, medite, crie a força para dar a sua volta por cima. Essa força existe em você. Pode até estar adormecida, escondida, coberta por muitas camadas de baixa auto-estima, enterrada em lamentações que não levam a nada, nublada por pensamentos negativos, trancada pelas grades da ignorância de não saber do seu poder divino. Aprenda a renascer das cinzas, como a fênix. Às vezes, precisamos ir ao fundo do poço para batermos com o pé no chão e subirmos à tona. E fazendo isso, levante os braços e dê o seu grito de independência, de liberdade, de vitória. Mas saiba que a felicidade não é eterna, e que outros momentos adversos poderão vir. Mas eles encontrarão você cada vez mais forte, como o aço, forjado no fogo da vida, o fogo das experiências vividas.

Deus ajuda àqueles que se ajudam e que sabem que a vida é co-criação. Sim, devemos exercer nossa divindade e sabermos que somos também criadores. Criamos com nossas ações, palavras e pensamentos. Numa situação negativa, o pensamento pessimista pode realimentá-la e dar-lhe cada vez mais força. Procure agir, falar e pensar positivamente!!!

Mire-se no exemplo de Sananda que, em sua encarnação como Jesus, só fez amar e curar as pessoas e o que aconteceu com ele? Foi injuriado, caluniado, açoitado, julgado como um criminoso, crucificado. O Povo Judeu de seu tempo, e ele era também judeu, o rejeitou mesmo ele tendo dito, claramente, que veio “cumprir a Lei dos Profetas”.

Devemos lamentar? Não, simplesmente não. Devemos agradecer a vinda desse maravilhoso Ser que veio nos ensinar a evoluirmos, a encararmos a vida da maneira correta, a transcendermos o sofrimento. Ele veio nos ensinar a amar nossos semelhantes, a ter compaixão e a perdoar. O Amor cura, o Amor faz milagres, o Amor verdadeiro salva...

Você sabe o que é compaixão? Tome o exemplo de Nelson Mandela que depois de 25 anos de prisão saiu com o amor incondicional intocado. Ele se tornou presidente da África do Sul e concedeu anistia a todos. Quantos não são destruídos, psicologicamente, emocionalmente, moralmente nos infernos das prisões? Ele saiu como um Cristo...

O Dr. Joshua David Stone nos dá algumas dicas importantes para transformarmos as experiências negativas em experiências positivas:
- ver nelas uma lição ou teste espiritual;
- sentir perdão e amor incondicional por si mesmo e pelos outros;
- ver nelas a “Pepita Dourada da Sabedoria” que você adquire com os próprios erros ou com os erros dos outros ou com os testes espirituais; e
- reconhecer que no Universo infinito de Deus tudo acontece para o bem e que Deus sempre tira o melhor de tudo; que, às vezes, o que parece que veio para mal é, na verdade, uma “benção disfarçada”; o que parece ruim acaba sendo muito bom.

Os alquimistas buscavam a fórmula para transformar o chumbo em ouro e usavam muito o elemento fogo em seus laboratórios. O fogo, que forja o aço, e que transforma tudo num coisa só, em cinzas!! Além do significado material da transformação química, uma metáfora que significa entre outras coisas:
- alquimia interior: elevar a energia do chacra básico para o coronário;
- expansão de consciência, sair da mente egóica para a mente superior e;
- transformar as experiências negativas em positivas;

Pense nisso! Colha suas “Pepitas Douradas da Sabedoria”, mesmo que precise usar ferramentas ou armas forjadas a fogo. Não se deixe abater pelas forças negativas, seja um alquimista do amor...

Um beijo de luz em seu coração.

Ivan Maia Fernandes

sábado, 22 de setembro de 2012

Sujeitos do próprio destino



Independente das vozes assustadoras que se erguem contra suas decisões, às vezes provindas das pessoas que supostamente amam você e que nada fariam contra seu progresso e felicidade, dessa vez valerá a pena seguir em frente com suas decisões e pagar para ver os resultados.

Dessa vez, a força de vontade deve prevalecer mesmo que todas as circunstâncias digam o contrário. Em algum momento, que astrologicamente é agora, cada um de nós deve testar o alcance de sua força de vontade, que é a capacidade de sermos criadores de nossas próprias realidades.

O ato de fazer valer a própria força de vontade não garante que os resultados sejam doces, às vezes é tudo o contrário, mas se não testarmos o alcance de nossa vontade nunca saberemos se somos sujeitos de nossos próprios destinos ou apenas objetos manipulados por forças sempre além de nossas capacidades de entendê-las. 

Quiroga

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Liberdade e Destino


Nós somos livres, esta é nossa sina.

...Porém, a afirmação não legitima que possamos tudo, que nossa liberdade nos forneça asas para fazermos tudo que quisermos a qualquer hora.
É uma liberdade restrita, digamos assim, e se conforme logo com isso para não criar sofrimentos inúteis e contraproducentes.

Você, por exemplo, é livre para pegar uma pedra do chão e jogá-la, porém, a partir do momento em que ela tenha sido jogada, você não será mais livre, a pedra seguirá sua trajetória infalível, à qual você terá de se render, ou esconder as mãos, mentindo, e afirmar que não foi você que jogou a pedra.

Tudo isto para explicar que este é um momento de infalíveis consequências, trazendo até você o resultado do que outrora foi colocado em movimento, assim como também, determinando resultados infalíveis e inexoráveis para tudo que você iniciar neste período.

Nada, a não ser o próprio impulso gerado pelas moléculas que constituem seu corpo, emoção e mente, indica que você dava fazer isso ou aquilo. Você fará o que você fará porque livremente o determinará.

Porém, uma vez determinado e dado o pontapé inicial, você terá de colher os infalíveis frutos de sua ação.
 
Quiroga

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Vocação



Sua mente foi treinada para buscar freneticamente as oportunidades que resultassem no ideal de “ser alguém na vida”.
Porém, essas escolhas não foram necessariamente aquelas que, por vocação, você teria preferido. A vocação verdadeira, em inúmeros casos, ficou sentadinha no banco dos reservas aguardando pelo momento de ser trazida à realidade e desenvolvida devidamente.

Trabalhar não é suficiente, é imprescindível gostar do trabalho que se desempenha, gostar tanto que não se meçam recursos para o aprimoramento.
Porém, isso só aconteceria com quem realmente seguiu a linha demarcada pela verdadeira vocação.

O problema que sempre se enxerga nisso é de ordem pragmática, nem todas as vocações serviriam para colocar comida na mesa e pagar as contas, algumas, inclusive, seriam tão bizarras que provocariam problemas sociais.
Contudo, quem não cumpre sua vocação pode até obter certa medida de sucesso formal, mas nunca se sentirá completamente realizado, degringolando facilmente para a depressão e infelicidade.

Agora é o momento propício para relembrar a verdadeira vocação e tomar algumas medidas para ajustar a vida a elas.

Quiroga

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Somos nós



O ensinamento outorgado graciosamente a nossa humanidade pelos santos e santas de todas as religiões, pelos eminentes intelectos das ciências e filosofias e, também, pelos sábios quecirculam por aí mascarados de pessoas comuns tem por objetivo ampliar a inteligência de nossa humanidade tornando-a qualificada para entender e se integrar ao trabalho do Divino, o mistério em que nos movimentamos e somos. 
É triste constatar que, apesar de haver tanto conhecimento disponível, nossa humanidade seja preguiçosa e prefira gastar seu tempo com entretenimentos e banalidades. 
Descansar e divertir-se é um direito, mas consagrar o tempo inteiro a isso é uma forma de emperrar a urgente libertação de nossa espécie. 
Somos nós que temos a obrigação de aprimorar o processo mundial, somos nós que devemos fazê-lo.

Quiroga

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Fervor



Ou você recupera todo santo dia o fervor original que um dia fez você ansiar chegar a algum lugar na vida, ou todo dia será decepcionante e pesado.

Esse fervor original está aí, em algum lugar recôndito de sua alma, esperando que você o evoque intencionalmente, atualizando a consciência de quem você queria ser quando crescer.

Esse fervor original não surge automaticamente nem como efeito do acaso nem muito menos por livre e espontânea vontade, esse fervor original precisa ser evocado intencionalmente todo santo dia por você e não apenas isso, também ser estabilizado na consciência e ansiado eternamente, tal qual você anseia e sai em busca dos seus prazeres.

Sem esse fervor original acompanhando todas suas atitudes, passos e obras você será sempre muito menor do que seu destino, e viverá à sombra de uma saudade, mas não do passado, de um futuro possível que nunca rolou, ou que passou fugaz e ficou para trás.

O fervor original é a razão de ser de sua existência, o momento de epifania que houve na adolescência e que serviu para conseguir imaginar, na eternidade de um instante, tudo que você podia ser, tudo que você quer ser e tudo que, por enquanto, continuará ficando de lado se você não se dedicar a, todo santo dia, recuperar o fervor original que um dia fez você ansiar chegar a algum lugar na vida, a ser alguém.

Quiroga

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Nobreza Sustentável



E então... você fez planos para entrar na linha e viver de acordo com o que for necessário fazer para sustentar o mundo de obrigações e compromissos, tendo compreendido que isso seria o melhor para que o maior número possível de pessoas fosse beneficiado. Nobre pensamento e digna atitude.

Aí chega um momento como o atual em que aumenta a força dos desejos que buscam satisfação pessoal e de um momento para outro a nobre boa vontade de entrar na linha vai para o inferno e lá está você novamente fazendo arte e arrumando encrenca, andando pelo lado selvagem da existência.

Difícil sustentar a nobreza, não por nada o cavalheirismo anda em falta em nosso mundo, esse mesmo que se gaba de moderno e sofisticado.
Tudo parece conspirar contra isso, as tentações são infinitas e, além disso, como resultado das pressões tremendas que a alma tem de suportar continuamente ela se vê no legítimo direito de lançar mão de válvulas de escape para compensar o sofrimento. E geralmente essas compensações são buscadas andando pelo lado selvagem da existência.

Enfim, não vale a crítica severa num momento desses, porém, valerá sempre a advertência sábia de manter a consciência lúcida, de modo que não se corra o risco de perder de vista os verdadeiros tesouros em troca de miúdos.

Quiroga