sexta-feira, 22 de junho de 2012

A felicidade é o bastante


A pessoa feliz não tem nenhuma atividade religiosa porque toda a sua vida é religiosa.
Osho, em "O Homem que Amava as Gaivotas"

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Amabilidade


Se você quiser amor, então se torne digno de receber amor, se transforme na pessoa mais amável da galáxia.

A amabilidade fará com que o amor que você deseja receber venha até você de forma infalível.

Esperar receber amor sem se dispor a oferecê-lo fará você ficar esperando.
Ai! Tenho tanto amor para dar e nada da infalibilidade acontecer! Pensará talvez você ao ler essas afirmações.

Desconfie de haver uma parte do processo travada, que esse seu tanto amor para dar seja apenas uma meia verdade, e desconfie que essa parte travada consista em você guardar seu amor para alguém que ainda não chegou.

Por que esperar? Abra as portas do seu coração e entregue seu amor ao mundo, sem necessariamente isso ter conotação sexual ou romântica, apenas com você desempenhando suas funções da melhor forma possível, aprimorando-se constantemente e, também, tratando bem todo mundo, sendo amável.

Faça isso sem esperar nada em troca, pois o amor é em primeiro lugar uma dádiva, esperar receber o que deve ser oferecido é o que trava todo o processo.

Agora o momento é propício para amar de forma anônima, através de atitudes amáveis e gentis para com todas as pessoas que você fizer contato hoje.

Quiroga

quarta-feira, 20 de junho de 2012

O sonho é você, amanhã.


Nós nos transformamos naquilo que sonhamos, nada além, nada aquém.
Contudo, há uma armadilha nessa afirmação, uma que a inércia nossa de todo momento estende, aproveitando-se das entrelinhas ocultas. Essa armadilha consiste em se convencer de que seria apenas necessário sonhar para tudo acontecer, sem maiores esforços e lutas.

Pois sim! Fique sonhando e acabará acontecendo só isso, um lindo sonho nunca realizado, que infalivelmente se converterá em decepção.

Sonhar é imbuir-se de energia divina, suficiente para fazer o corpo e a personalidade servirem de instrumento para a realização, mas esta precisa ser batalhada, superando tropeços e fazendo valer a todo instante, por meio do exemplo, a confiança no valor do sonho sonhado.

Lindos sonhos podem ficar apenas nisso, em lindos sonhos, e por isso passarem inadvertidos, já que é impossível compartilhar sonhos que não se realizam.

A magia não consiste tanto em sonhar, mas em esforçar-se para compartilhá-los através de obras consumadas.

Sonhe, mas coloque mãos à obra também!

Quiroga

domingo, 17 de junho de 2012

Não existe o dia do juízo final



Ao nos dar a vida, a existência já nos aceitou. Não existe o dia do juízo final. Acredito no dia do juízo inicial – ele já passou, já acabou.

O dia em que Deus decidiu criar o mundo foi o dia do juizo. Nesse dia ele deve ter ponderado, pensado se deveria ou não criar o mundo, mas resolveu criá-lo. Ele decidiu que era melhor criar que não criar. Ele preferiu algo a nada.

Não importa o que tenha criado, ele é responsável por tudo. Eu não sou responsável, você não é responsável, ninguém mais é responsável. Toda a responsabilidade é de Deus ou da existência; todo bem que existe pertence a ele, todo mal também.

Podemos encerrar a questão, não precisamos nos preocupar com isso. Uma coisa posso lhe dizer: à medida que uma pessoa se aprofunda na meditação, percebe que não há a menor possibilidade de um dia do juízo final nem a necessidade de ficar preocupado.

Quando você fica em silêncio, começa a sentir o amor de Deus jorrando de todos os lados. De repente percebe que alguém está cuidando de você, que você não é ignorado, que não é uma coisa acidental, que você é intrínseco à existência.

Deus precisava de você, por isso ele o criou.

Osho, em "Meditações Para o Dia"

Leia mais: Palavras de Osho

Infalível


Aquilo que você busca está buscando você também, o encontro é infalível, mas se você desiste de buscar e se convence de tudo ser sofrido, a infalibilidade se voltará contra sua própria busca, demonstrando com clareza que tudo será exatamente do jeito que você o desejar.

Nossa humanidade brande armas divinas; conhecimento, desejo e atividade, mas não é destra em seu uso e por isso acaba ferida.
Porém, mesmo as feridas são comprovações da infalibilidade das armas que brande.
Só falta determinar um projeto, um objetivo elevado, uma causa nobre à qual se colocar à serviço, pois, sem isso, nossa humanidade se torna serva das armas que supõe brandir.
Isso também é infalível, como também é infalível que um dia acordaremos e reverteremos o processo que nos aprisiona e o transmutaremos em liberdade.

Quiroga

Vida é travessia


Mente que é tomada de certezas é mente que deixou de refletir.

As certezas são os portos-seguros a que nos agarramos, cansados de tanto refletir e de tantos questionamentos.
Porém, não é possível imaginar que o porto seja o final do caminho, por mais seguro que esse parecer.

A vida é travessia, de porto a porto, sempre em busca.

Por isso, uma coisa é atingir o porto seguro de uma certeza, outra diferente é se convencer de essa certeza ser tudo. Nesse momento, sua mente teria deixado de refletir.

As certezas, por isso, e paradoxalmente, podem ser mais enganosas que as incertezas, pois estas pelo menos garantem que a busca continuará.

O brilho inefável de uma certeza é muito bom, nos insufla ânimo e nos prové com força suficiente para apresentar nossos argumentos definitivos a uma discussão, por exemplo, e nos sentimos ofendidos se por acaso esses forem questionados.
Não deveríamos nos ofender, mas isso só aconteceria se no fundo nós mantivéssemos atualizada a idéia de que todas as certezas são temporárias, que duram apenas até um novo questionamento, com sua inerente incerteza, tomar nossas mentes.

Manter o dinamismo da mente é essencial, sem que, no entanto, isso signifique nos torturar com o ricochete constante entre uma dúvida e outra.

O brilho da mente inteligente consiste em pular de uma certeza a outra, sem pudor de renegar o que antes era afirmado para agregar um novo conceito ao anterior.
Esse dinamismo preserva a flexibilidade dos posicionamentos.
Quantas pessoas se atrevem a viver assim?

Quiroga

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Efeito Sombra


O conflito entre quem somos e quem queremos ser encontra-se no âmago da luta humana. A dualidade, na verdade, está no centro da experiência humana. A vida e a morte, o bem e o mal, a esperança e a resignação coexistem em todas as pessoas e manifestam sua força em todas as facetas da vida. Se sabemos o que é a coragem, é porque também experimentamos o medo; se podemos reconhecer a honestidade, é porque já encontramos a falsidade. No entanto, a maioria de nós nega ou ignora nossa natureza dualista.
Caso estejamos vivendo sob a suposição de que somos apenas de um jeito ou de outro, dentro de um espectro limitado de características humanas, então, precisamos questionar por que, atualmente, muitos de nós estamos insatisfeitos com a nossa vida. Por que temos acesso a tanta sabedoria e, ainda assim, não temos a força e a coragem para agir segundo nossas boas intenções, tomando decisões eficazes? E, mais importante, por que continuamos a nos expressar de maneiras contrárias aos nossos valores e a tudo aquilo em que acreditamos?
Vamos mostrar que isso ocorre porque não examinamos nossa vida, nosso eu mais obscuro, o eu sombrio, onde está escondido nosso poder esquecido. É ali, nesse local mais improvável, que encontramos a chave para destrancar a força, a felicidade e a capacidade de viver nossos sonhos.
Fomos condicionados a temer o lado obscuro da vida, assim como o nosso. Quando nos pegamos em meio a um pensamento sombrio ou tendo um comportamento que julgamos inaceitável, corremos como uma marmota ao buraco no chão e nos escondemos, torcendo e rezando para que aquilo desapareça antes de nos aventurarmos a sair novamente. Por que fazemos isso? Porque tememos, independentemente do quanto nos esforcemos, jamais conseguir escapar desse nosso lado. E, embora ignorar ou reprimir esse lado sombrio seja a norma, a verdade soberana é que correr da sombra apenas intensifica seu poder. Negá-la apenas conduz a mais dor, sofrimento, tristeza e sujeição. Se falharmos em assumir a responsabilidade de extrair a sabedoria que está oculta no fundo de nossa consciência, a treva assume o comando e, em vez de sermos capazes de assumir o controle, a escuridão acaba nos controlando, provocando o efeito sombra. Então, o lado obscuro passa a tomar as decisões, tirando-nos o direito a escolhas conscientes, seja quanto ao que comemos, ao tanto que gastamos ou aos vícios a que sucumbimos. Nosso lado sombrio nos incita a agir de forma que jamais imaginamos e a desperdiçar a energia vital em maus hábitos e comportamentos repetitivos. A obscuridade interior nos impede de expressar inteiramente o nosso eu, de falar nossa verdade e viver uma vida autêntica. Somente ao abraçar a nossa dualidade é que nos libertamos dos comportamentos que poderão potencialmente nos levar para baixo. Se não reconhecermos integralmente quem somos, é certo que seremos tomados de assalto pelo efeito sombra.
O efeito sombra está por toda parte. A prova de sua disseminação pode ser vista em todos os aspectos da vida. Lemos sobre ele on-line. Podemos vê-lo nos noticiários da TV e também em amigos, familiares e estranhos na rua. E talvez possamos reconhecê-lo de forma mais expressiva em nossos pensamentos, comportamentos, e senti-lo nas interações que fazemos com os outros. Receamos que, se lançarmos luz nessa escuridão, isso nos fará sentir uma imensa vergonha ou, até pior, nos levará a expressar nossos piores pesadelos. Tornamo--nos temerosos quanto ao que podemos encontrar se olharmos dentro de nós mesmos; portanto, em vez disso, escondemos a cabeça e nos recusamos a enfrentar o lado sombrio.
Mas este livro revela uma nova verdade — compartilhada com base em três perspectivas transformadoras: o oposto do que tememos é, de fato, o que acontece. Em vez de vergonha, sentimos empatia. Em vez de constrangimento, ganhamos coragem. Em vez de limitação, experimentamos a liberdade. Mantida oculta, a sombra é uma caixa de Pandora repleta de segredos, que tememos destruírem tudo o que amamos e gostamos. Porém, se abrirmos a caixa, descobrimos que aquilo que está ali dentro tem o poder de alterar radicalmente nossa vida, e de forma positiva. Sairemos da ilusão de que nossa obscuridade nos dominará e, em vez disso, veremos o mundo sob uma nova luz. A empatia que descobrimos por nós mesmos dará a centelha de ignição para nossa confiança e coragem à medida que abrirmos nosso coração a todos ao redor. O poder que desencavamos nos ajudará a confrontar o medo que esteve nos segurando e nos incitará a seguir adiante, rumo ao mais alto potencial. Longe de ser assustador, abraçar a sombra nos concede uma plenitude, permite que sejamos reais, reassumindo nosso poder, libertando nossa paixão e realizando nossos sonhos.
(...)
Quando falhamos em admitir nossas vulnerabilidades e reconhecer maus comportamentos, inevitavelmente sabotamo-nos quando estamos prestes a alguma realização pessoal ou profissional. Então, a sombra ganha. Quando agimos motivados por uma raiva desproporcional ao falar com os filhos, a sombra ganha. Quando traímos as pessoas amadas, a sombra ganha. Quando nos recusamos a aceitar nossa verdadeira natureza, a sombra ganha. Se não focamos a luz ao nosso eu mais alto, na obscuridade de nossos impulsos humanos, a sombra ganha. Até que aceitemos tudo o que somos, o efeito sombra terá poder para retardar nossa felicidade. Se passar sem reconhecimento, a sombra nos impede de ser plenos, de alcançar nossos melhores planos, e nos faz viver uma vida pela metade. Nunca houve uma época melhor para se criar um novo léxico para iluminar a sombra e finalmente entender o que tem sido tão difícil de ver e explicar.
O trabalho com a sombra é mais que um processo psicológico ou uma brincadeira intelectual.
É uma solução prescritiva para problemas não resolvidos. É uma jornada transformadora que vai além de qualquer teoria psicológica, porque considera o lado sombrio uma questão humana, uma questão espiritual que todos nós precisamos resolver se quisermos ter uma vida na qual nos expressemos por completo. Enfim entenderemos por que não somos melhores nem piores que ninguém, não importam cor, experiência, orientação sexual, aparência ou o passado. Não há ninguém no mundo que não tenha um lado sombrio e, quando levada a sério e compreendida, a sombra pode gerar uma nova realidade que irá alterar a forma como nos sentimos em relação a nós mesmos, ao nosso exercício de pais, à maneira como tratamos nosso parceiro, como interagimos com os membros de nossa comunidade e como nos engajamos com outras nações.
Acredito que a sombra seja um dos maiores presentes disponíveis para nós. Carl Jung a chamava de sparring, ou "parceira de treino de boxe"; ela é a oponente dentro de nós que expõe falhas e aguça habilidades. É a professora, o treinador, o guia que nos apoia no descobrimento de nossa verdadeira magnificência. A sombra não é um problema a ser resolvido ou um inimigo a ser vencido, mas um campo fértil a ser cultivado. Quando mergulharmos as mãos em seu solo rico, descobriremos as sementes potentes da pessoa que mais desejamos ser. Esperamos, sinceramente, que você ingresse nessa jornada, pois sabemos o que nos espera lá dentro.

Debbie Ford
Introdução - Livro Efeito Sombra
Deppak Choppra, Debbie Ford & Marianne Williansom

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Excitação


Correr em busca da excitação que sirva para contrabalançar o estresse de viver uma vida aquém, muito aquém da imaginada; eis um exercício que em princípio parece digno, mas que cria resultados de duvidosa reputação.

Sim, porque... Como a dignidade de uma busca poderia ser encontrada atentando contra a dignidade de relacionamentos constituídos, da fidelidade e da confiança?

Não me confundam com um moralista, as afirmações anteriores podem parecer vindas da boca de um moralista, mas há uma diferença nada sutil. Um moralista faria essas afirmações para você sentir culpa, Eu as faço na esperança de você valorizar sua excitação e concentrá-la em algo que valha a pena, podendo ser compartilhado com a maior quantidade possível de pessoas, engrandecendo a vida com esse objetivo.

É diferente correr atrás de uma excitação egoísta, que vai necessariamente ter de ser oculta, do que lutar para obter uma satisfação cujos resultados possam ser compartilhados e que beneficiem o maior número possível de pessoas.

A excitação continuará sendo a mesma, porém, haverá na mente um ponto de inflexão, uma encruzilhada onde se decidirá entre levar uma vida puramente egoísta ou colocar os pés num caminho de difícil ascensão, pois não haverá o apoio da maioria medíocre; só que nesse caminho você perceberá que seres elevados acenam a você, afirmando que o caminho é praticável e que tesouros inimagináveis aguardam pelas almas corajosas que se atrevem a nadar contra a corrente da mediocridade instituída e seguir uma vocação interior.


Quiroga

Verdades


"Escuta-me, companhia do caminho, há três verdades absolutas que não podem ser perdidas, mas que podem permanecer ignoradas por falta de expressão:

"A Alma do homem é imortal, e seu porvir é algo cujo
desenvolvimento e esplendor não têm limite".

"O Princípio doador de Vida Espiritual está em nós e fora de nós;
é imortal e eternamente benéfico; está além dos sentidos físicos, porém só é percebido pelo ser humano que deseja esta percepção"

"Cada ser humano é seu próprio e absoluto legislador e o dispensador de glória ou de obscuridade para si mesmo, aquele que decide sobre sua própria vida, sua recompensa e seu castigo!"

Estas verdades, que são tão grandes como a própria Vida, são tão
simples como a mais simples das mentes humanas. Alimenta com elas os famintos. Adeus!"

(The Idyll of lhe White Lotus. pp. 183-184. 31 edição)
("'O Idílio do Lótus Branco").