segunda-feira, 30 de julho de 2012

A severidade


A severidade está sempre associada ao castigo na mente de nossa humanidade, mas isso só é assim por falta de disciplina, por se abandonar ao “Deus Dará”, tornando desleixado o desempenho nas funções.

É assim que o tempo, arauto da severidade, por ser uma dimensão estritamente além do controle da consciência humana, surge sempre a trazer o lembrete do que devemos necessariamente fazer, e isso nos parece um castigo e não ó que verdadeiramente é, a mão compassiva do destino nos indicando as falhas que precisamos remediar.

O rigor, a disciplina, a severidade, achamos que tudo isso seja coisa do passado, atitudes de gente velha, facetas de mundos que devemos destruir. Porém, sem rigor as coisas descambariam inexoravelmente.

Nosso corpo, por exemplo, precisa ser flexível para termos saúde e alegria, porém, no íntimo deve haver o rigor dos ossos, pois sem esses seriamos amebas de movimentos inexpressivos.

O rigor essencial sustenta toda a alegria que a flexibilidade poderá trazer, mas se essa, a flexibilidade, for exagerada, perderá toda a graça.

Este é um momento rigoroso, mas antes que essa afirmação infunda temor a você, saiba que o intuito é fazer sua alma recordar das obrigações e tarefas antes de o misterioso destino fazer isso com você, sendo seus instrumentos muito mais severos.

Para navegar bem num momento rigoroso, que sua alma seja rigorosa e firme também, assumindo todos os deveres e lhes dando o melhor fim possível a todo momento, sem descanso.

Quiroga

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O espírito do tempo


Sua vontade de prosperar é justa, legítimo é seu desejo de experimentar, não há nada de errado com sua alma e nem você deve se culpar por se guiar pela ambição.

Nascemos entre o céu e a terra para criar, prosperar e experimentar o regozijo.
Há um detalhe, porém, que pode fazer toda a diferença entre os píncaros da glória e os tormentos abissais, o espírito do tempo.

A moda, as ideologias, as palavras mais usadas, os grandes negócios, tudo é manifestação de uma causa oculta, o espírito do tempo que, quando muda, anula as regras que propiciavam os legítimos destinos e determina outras novas.

Se você assume as novas e rejeita as antigas, vive os píncaros da glória; se você preserva as antigas e rejeita as novas, vive os tormentos abissais.

Quiroga

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A pessoa tem que se apostar toda


A verdade é um desafio, o maior que existe. É um desafio para inquirir, é um desafio para buscar e é um desafio para ser. Não é alguma coisa que você vai possuir algum dia – é uma coisa que você tem que se tornar.

E, de fato, você só pode se tornar aquilo que você já é, você só pode se tornar o seu ser.

O desafio da verdade é o desafio do seu próprio núcleo mais interno, o desafio de chegar em casa, o desafio de voltar ao centro, o desafio de reconhecer a si mesmo, o desafio de conhecer, de encontrar a si mesmo.

É árduo. Olhar-se de frente é árduo – porque investimos demais na nossa ignorância; apostamos demais na nossa autoignorância. Então, o autoconhecimento começa a se tomar muito, muito difícil. Assim, todos são chamados, mas apenas uns poucos ouvem o chamado.

E daqueles poucos que ouvem o chamado, muitos desses o interpretam mal, iludem-se a si próprios.  Aqueles que ouvem da maneira certa, mesmo eles não persistem muito tempo. Assim, muitos são chamados mas muitos poucos chegam.

De fato, todo mundo é chamado. O desafio de Deus é para todos; é um convite aberto. Você está aqui para este desafio – para aceitá-lo, para passar através do fogo, para ser purificado pelo fogo.

Mas é um jogo de risco; a pessoa tem que se apostar toda. E esta é a ironia: de que quando você não tem nada, tem muito medo de apostar. A ironia... Quando você tem, tem a coragem de apostar também.

Esta é minha experiência de todo dia: sempre que vejo alguém que tem alguma coisa, ele está pronto para se entregar, e sempre que cruzo com uma pessoa que não tem nada, ela tem muito medo de se entregar.

Isso é muito misterioso. Quem não tem nada, tem muito medo de se entregar – talvez tenha medo de que, se ele se entregar, encontrará o seu estado de nada. Se entregar as suas defesas, conhecerá o seu vazio interior, a sua pobreza. É melhor fingir que se é rico e nunca olhar para dentro. É melhor continuar a sonhar: "Eu tenho muito, como posso me entregar?"

Mas esta é minha experiência, e nunca encontrei nenhuma exceção; esta parece ser a regra: aqueles que têm, estão prontos para se entregar, eles não têm medo. E Jesus dizia: "Àqueles que têm, lhes será dado mais, e àqueles que não têm, mesmo isso lhes será tirado."

Quando você tem, tem a coragem de apostar. E quando você aposta, torna-se capaz de obter mais. E quando aposta tudo, incondicionalmente, totalmente, somente então se torna capaz de receber o presente de Deus. Então, Cristo nasce em você.

Quando você aposta tudo, Cristo nasce em você . Quando você passa pela crucificação, quando você é crucificado, há a ressurreição.

Osho, em "O Caminho do Amor: Discursos Sobre as Canções de Kabir"

Leia mais: http://www.palavrasdeosho.com

terça-feira, 24 de julho de 2012

Experiências de Quase-Morte


Pessoas que passam por experiências de quase-morte veem passar em um flash diante de seus olhos não apenas suas vidas inteiras, mas também todas as coisas das quais se arrependem e todas as oportunidades perdidas.

Nunca sabemos de quanto tempo ainda dispomos. Não espere a última chamada para despertar. Desperte para as oportunidades que a luz lhe envia todos os dias. São as chances que você tem de traçar a vida que vê bem diante de seus olhos.


Kabbalah - Sintonia

domingo, 22 de julho de 2012

Hibernação



Às vezes você é frio, às vezes você não é. Não crie um problema a partir disso. Quando frio, seja frio e não se sinta culpado por isso.


Não há necessidade de permanecer caloroso vinte e quatro horas por dia. Isso seria cansativo. A gente precisa de um pouco de descanso.


Quando você estiver frio, a energia estará se movendo para dentro; quando você estiver caloroso, a energia estará se movendo para fora.


É claro, as outras pessoas gostariam que você sempre fosse caloroso, porque a sua energia se moveria em direção a elas. Quando você estiver frio, sua energia não estará se movendo em direção a elas, e elas se sentirão ofendidas.


Elas lhe dirão que você é frio. Mas cabe a você decidir. Nesses momentos frios você hiberna, você vai para dentro de seu ser. Esses são momentos meditativos.


Assim, esta é minha sugestão: quando você se sentir frio, feche as portas para os relacionamentos e para o estar com as pessoas. Ao sentir que você está frio, vá para casa e medite. Esse é o momento certo para meditar.


Com a própria energia se movendo para dentro, você pode montar nela e ir até o âmago mais profundo do seu ser. Não haverá luta, você poderá simplesmente se mover com a corrente.


E, quando você estiver se sentindo caloroso, mova-se para fora. Esqueça-se de tudo sobre meditação e seja amoroso. Use ambos os estados e não se preocupe a respeito.


Osho, em "Osho Todos os Dias"




Leia mais:  Palavras de Osho

sábado, 21 de julho de 2012

Durma bem


“Quando uma pessoa vai dormir à noite, a alma a deixa para se elevar; cada alma, de maneira própria .” – O Zohar

O Zohar nos diz que, quando dormimos, a maior parte de nossa alma deixa o corpo para se conectar ao Mundo de 99% de Luz. Fica apenas o necessário para proteger nosso corpo. O tempo que passamos dormindo não é apenas para o corpo descansar; é um tempo em que nossa alma acessa a fonte de seu poder. Os sonhos são uma forma de nossa alma nos lembrar de nosso trabalho espiritual.

Desligue a TV antes de dormir. Tome um banho. Passe algum tempo entre os lençóis estabelecendo uma intenção para a sua jornada noturna. Peça à Luz que lhe envie mensagens na forma de sonhos que revelem a você seu significado, e lhe deem orientação para remover bloqueios em todas as áreas de sua vida.

Kabbalah - Sintonia

Recebemos o que desejamos


A consciência cria nossa realidade. O que desejamos é o que recebemos. Se tivermos certeza, receberemos a energia da certeza. Se respondermos às crises com coragem e pensamento positivo, aumentaremos as chances de obter sucesso como resultado.

Dê um fim à incerteza e à duvida. Não deixe que os interesses do Oponente interno sejam atendidos. Ao oferecer resistência ao medo, criamos um espaço para a Luz preencher.

Kabbalah - Sintonia

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Trabalho em primeiro lugar

Até quando vai ficar culpando o mundo por nada sair do lugar?

A mesma energia gasta nessa argumentação poderia ser enviada às mãos e essas servirem de instrumento para amassar com a argila do mundo e uma pitada de sonhos o resultado infalível de seus atos.

Ai! Como tudo é difícil e duro! Sim! E daí! Pensou que viver seria um eterno cruzeiro de férias? Sugiro rever a posição, pois se esse cruzeiro durasse mais do que um breve momento, você passaria a abominá-lo, já que a energia combinada aos seus sonhos clamaria por realização, e você estaria distante das condições propícias.

Descansar é ótimo quando merecido, e só. Enquanto isso, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar, trabalhar e ainda trabalhar mais um pouco, para depois retomar o trabalho em cima do trabalho. Que a recompensa seja o trabalho em si!
Lhe asseguro que nesse ritmo não vai sobrar tempo para você se pensar uma vítima dos erros alheios, nem tampouco vai sobrar fôlego para acusar outrem, sua alma estará muito ocupada com a tarefa de realizar sonhos e nem vai se importar com outras questiúnculas.

Porém, se a alma não estiver consagrada ao que interessa, realizar sonhos, as questiúnculas se tornarão inflacionadas e ocuparão o tempo do trabalho e, com o passar dos anos, você, sem perceber, terá se transformado numa pessoa banal e superficial e ainda por cima pensará que o mundo critica você sem razão, lhe produzindo problemas quando a única coisa que você quer é descansar, descansar e descansar, pois você, na sua santa e banal ingenuidade, culpará o mundo por nada sair do lugar.
 Quiroga

Proteja o Dharma

É comum afirmar que o mundo nunca esteve tão ruim e que nossa humanidade só piorou ao longo da história.
Nada mais injusto do que essa afirmação!

É evidente que “tudo isso que está aí” provocando náusea alimenta a teoria da piora constante de nossa civilização humana, mas se comete uma injustiça enorme ao esquecer os milhões de pessoas de boa vontade e justas que dentro do alcance de suas influências propagam o bem e dignificam a humanidade.

Se o melhor de nossa civilização ainda está restrito às minorias isso só prova uma coisa, não é necessário o montão para fazer revoluções, você pode ser um dos poucos e mesmo assim fazer muito, por ter do seu lado o Dharma, a expressão de como as coisas funcionam no infinito Universo.

Proteja você o Dharma, e o Dharma protegerá você.
Quiroga

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Tomar o futuro em nossas mãos


Agora é o momento de nos libertarmos do samsara. A menos que façamos nesta vida, isso não vai acontecer por si mesmo. Temos que tomar conta de nós mesmos. Agora mesmo temos a habilidade de receber ensinamentos e praticar o Dharma. Não é a hora certa? Isso não seria melhor do que continuar agindo como um animal, se concentrando apenas em comer, dormir e deixar o tempo passar? Por que não tomar o futuro em suas próprias mãos?

Autor:
Longchenpa (Tibete, séc. XIV)
Comentário sobre o “Repouso na Natureza da Mente” (shing ta chen po)

Compromissos Cancelados



Quando fazemos uma promessa, criamos um recipiente espiritual e uma energia vem preenchê-lo automaticamente. A nossa maneira de vivenciar essa luz é sentir um bem estar por termos nos comprometido a fazer algo. Mas é aí que reside o problema. Recebemos a luz simplesmente por manifestar nossa intenção. E mesmo se não cumprirmos o prometido, receberemos essa luz. Mas não haverá um recipiente para contê-la. E essa energia cairá em um buraco negro. E é nessa hora que as coisas começam a dar errado.

A solução é simples. Cumpra sua palavra. Ou não faça promessas.

Kabbalah - Sintonia

Um passo de cada vez




Não tente mudar tudo de uma só vez. Dê mordidas pequenas. Mastigue bem. Depois dê outra mordida. E outra. E outra. E outra.

Se abocanhar mais do que consegue mastigar, você poderá se engasgar.

Kabbalah- Sintonia

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Transborde


Se seu coração não canta e dança, você não está vivendo de fato, está apenas se arrastando - cumprindo certos deveres, passando por certos rituais, controlando e mantendo uma fachada.

Mas no fundo há um vazio e uma grande agitação, porque você sabe, na parte mais íntima do coração, que a vida
ainda não se realizou, que você ainda não conseguiu cantar sua canção.

Todas as pessoas nascem com uma canção,
uma canção própria, e, a menos que a cantem, a vida delas não se realiza.

Olhe uma árvore quando floresce e você verá em torno dela um
grande contentamento e um grande júbilo.

Ela está dançando porque chegou em casa, cumpriu a tarefa que lhe foi confiada. Não está mais vazia, está transbordando.


As flores só surgem quando a árvore transborda, e
as canções também só aparecem quando a pessoa transborda.
Osho, em "Meditações Para o Dia"

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Abra espaço para a alegria


Conhecer a si mesmo é muito fácil. Você não precisa aprender quem você é, precisa, sim, desaprender algumas coisas.

Primeiro, você tem que
desaprender a se preocupar com tudo. Segundo, você tem que desaprender a se preocupar com os pensamentos.

A terceira etapa é uma conseqüência natural – basta observar.


Qualquer lugar serve, o fundamental é começar a observar mais as coisas. Sentado, em silêncio, olhe uma árvore. Não pense e não se pergunte "Que tipo de árvore é essa?"  –  não julgue se é bonita ou feia, se está verde ou seca. Não deixe que nenhum pensamento crie perturbações, apenas observe a árvore.


Você pode fazer essa meditação em qualquer lugar, olhando qualquer coisa, apenas lembre-se de uma coisa: quando o pensamento vier,
coloque-o de lado e continue observando. No começo será difícil, mas logo as pausas começarão a surgir: não haverá nenhum pensamento, mas você extrairá uma grande alegria com essa simples experiência.

A árvore está lá, você está lá e entre os dois há um espaço vazio  –  sem pensamentos. De repente surge uma grande alegria, aparentemente sem razão alguma. Você aprendeu o
primeiro segredo.

Isto tem que ser usado de uma forma mais sutil. Por ser mais simples, eu sugiro que você comece com um objeto. Você pode sentar-se em seu quarto e ficar olhando para uma fotografia  –  não pense, apenas olhe. Aos poucos, você percebe que a mesa está lá, você está lá, mas não há nenhum pensamento entre vocês dois.


A sensação de alegria é
imediata. É a sensação de contentamento que fica reprimida pela profusão de pensamentos.

Comece com os objetos e, quando tiver entrado em sintonia, ao sentir que os pensamentos desaparecem e os objetos permanecem, passe para a segunda etapa. Feche os olhos e volte-se para qualquer pensamento que surgir na tela de sua mente: pode ser uma face, uma nuvem se movendo ou qualquer outra coisa – apenas olhe, sem pensar.


Essa etapa será um pouco mais complicada do que a primeira porque as coisas são ainda mais simples e os pensamentos especialmente sutis. Seja paciente. Pode levar semanas, meses ou anos: depende do seu grau de atenção e entrega.


Um dia, de repente, o pensamento não estará mais lá e você se encontrará sozinho. A grande alegria será mil vezes maior do que da primeira vez, quando você percebeu que a árvore estava lá e o pensamento tinha desaparecido.


Este é o momento de começar a terceira etapa: observe o observador. Os objetos e os pensamentos foram deixados para trás: agora você está sozinho.
Seja o observador desse observador. No começo será difícil porque nós só sabemos prestar atenção em algo  –  um objeto ou um pensamento. Agora não há nada, só o vazio absoluto. Apenas o observador permanece. Você tem que se voltar para si mesmo.

Esta é a chave mais secreta. Você continua sozinho. Descanse nesse instante de solidão e, quando o momento chegar, você saberá, pela primeira vez, o que é a alegria. É você em sua essência. É como voltar para casa.


Você tem que desaprender coisas e pensamentos. Preste atenção no que é mais simples, depois no que é sutil e, finalmente, no que está
além do simples e do sutil.


Osho, em "Uma Farmácia Para a Alma