domingo, 28 de abril de 2013

Intelectualidade não é inteligência





Saiba que intelectualidade não é inteligência. Ser intelectual é ser falso, é fingir ser inteligente. A intelectualidade não é real porque não é sua, mas emprestada.

Inteligência é o crescimento da consciência interior. Ela nada tem a ver com conhecimento, mas algo a ver com meditatividade. Uma pessoa inteligente não age a partir de sua experiência passada; ela age no presente.

Ela não reage, mas responde. Daí ela ser sempre imprevisível; não há como saber o que ela irá fazer.

Osho, em "Inteligência - A Resposta Criativa ao Agora"

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Reflexo emocional




"É incrível como de fato, o processo espiritual é vivido nos relacionamentos amorosos. No fundo queremos nos vingar dos pais. Queremos nos vingar dos episódios de desamor que alguma vez sentimos, projetando no relacionamento toda a expectativa, todo o desejo de ser amado. O ego, responsável por manter as impressões passadas, só estabelece relacionamento para conseguir algo e quando nos apaixonamos, colocamos no outro todo este desejo de ser amado, ser valorizado e reconhecido. Contudo, identificados com as emoções e idealizações esquecemos que fatalmente seremos frustados, pois um relacionamento só é saudável quando as duas pessoas entendem este mecanismo de projeção das necessidades e com muito cuidado, vão desrevelando estes desvios mentais criados na infância e a necessidade de vingança. Como a maioria das pessoas não se conhece suficientemente para perceber esta co-dependência criada no início do relacionamento amoroso, se sente frustada com a carência não correspondida, o que resulta em raiva e conflitos de casais. Esta não correspondência dos desejos infantis projetados é muito sutil, e muitas vezes achamos que não estamos atuando este papel, embora estejamos. Quando o desejo de ser amado não é correspondido ficamos frustados pela expectativa não realizada, cultivando o orgulho, as tais facetas do “eu consideração” e “eu valorização”. Tornamo-nos distantes, cortamos o diálogo e cultivamos um falso sentimento de mais valia, o que no fundo machuca o coração. Neste momento, é fácil de perceber que queremos nos vingar do desamor sofrido. Queremos forçar o outro a nos amar. Da mesma forma, acontece para o outro lado da relação. O que foi afastado desenvolve um sentimento de rejeição e tristeza, o que pode levar ao cultivo do “eu consideração”. E esse por sua vez, pode investir em tentativas de reaproximação, não aceitando a situação, forçando igualmente o outro a lhe amar. Esse é o resumo do mecanismo de sado-masoquismo. Ora um fica por cima, ora fica por baixo. Este mesmo mecanismo também acontece no término mal resolvido de um namoro ou casamento. Ao invés de terminar com amizade e clareza, o casal se afasta, cortando o diálogo, e quando um quer resolver a situação mas outro não se dispõe, cria-se o campo fértil para florescer o orgulho e a raiva. A questão é que como não podemos forçar os nossos pais a nos amar como gostaríamos, também não podemos forçar nossos parceiros a nos amar. Nossos pais, como nossos parceiros, como nós mesmos, temos limitações de abertura de coração para doar incondicionalmente. Ainda nos identificamos como os diversos “eus”, sentimentos e emoções. As perguntas são: Como podemos forçar a alguém a nos amar, se este alguém não tem para dar? Como forçar alguém a manter seu coração aberto para perdoar e expandir sua capacidade de amar, se este alguém não tem consciência de que seu coração está fechado, bem como de sua limitação de doar? Será que a nossa necessidade de receber amor é realista? Será que outro alguém pode de fato suprir a nossa necessidade de ser amado? Se há conflitos na relação é porque há uma tentativa em mudar o outro. E neste momento, exige-se a reflexão honesta que leva ao entendimento da aceitação, do direcionamento de conectar com o amor dentro de nós, da busca por suprir a nossa carência pelo estabelecimento da plenitude e solitude que só o caminho espiritual pode trazer. A aceitação e o reconhecimento de que ninguém pode lhe amar como gostaria cria a libertação, cria o desapego e a ausência de sofrimento. Você entende a natureza limitante de cada personalidade e agradece pela oportunidade de ter reconhecido a falta de amor próprio que existe ou sempre existiu em você. Você percebe a energia deslocada e projetada no outro, que sempre pertenceu e pertence a você. Se você tem algum relacionamento brigado ou mal resolvido é porque alguém das partes ainda está atuando nos diversos “eus” do mecanismo sado-masoquista, e nestes casos você tem duas opções: (1) insiste em retroalimentar o mecanismo sado-masoquista de exercer o poder sobre outro; (2) reconhecer sua necessidade de ser amado e os “eus” envolvidos neste processo, fazendo uso da inteligência superior (buddhi) não mais jogando. Neste segundo caso, houve perdão, aceitação, aprendizado, crescimento, desapego, e o que resta é gratidão e amor que independe do estar junto."

Autor desconhecido

Não saber ser amado...





"Algumas pessoas tem medo de amar, outras, medo de serem amadas e outras ainda que, julgando ter medo de amar, na verdade tem, isso sim, medo de ser amadas.

Pessoas que se individualizaram de tal forma que se habituaram a contar apenas consigo mesmo e com os seus próprios cuidados, e que, perante a possibilidade de algo novo, alguém que lhe queira bem e a ame, reaja da forma contrária. 
Talvez por não saber amar, não saiba receber amor, menospreze sentimentos alheios, pisando com palavras o coração de quem lhe quer bem.
Chegando a ser cruel, sem perceber que faz sangrar quem está ali, apenas querendo dar amor... Alguém que queira que seu amor seja compreendido em toda sua amplitude e magnitude...
Mas para quem vive no seu mundo, onde mal tem contato físico, pois está habituado a viver no mundo virtual, seja difícil perceber amor real e concreto.
Medo talvez, insegurança, talvez o que profere para quem o ama seja o que de fato lhe cabe, talvez gire em torno somente do seu eixo, talvez seja egoísta, talvez não seja como disse uma vida inteira: que nunca foi amado.
Porque teve tantos corações em suas mãos e machucou todos... Os segurou em suas mãos e deixou sua marca, em todos os sentidos, mas a marca maior, a da indiferença...
Todos nós precisamos de alguém e há sempre alguém que precise de nós. E este verbo – precisar – não é necessitar, não cabe seu sinônimo aqui, é como partilhar…
Podemos até acreditar que estamos bem assim, sem ninguém, com a nossa vida que designamos boa e planejada, mas há sempre algo que pode se adicionar e trazer uma enorme valia.
Receber o amor é como saber gastar (gastar o amor de quem lhe está dando).
É necessário fazer com que o investimento recebido renda frutos, juros e dividendos, para novos investimentos e lucros humanos.
Há quem o saiba fazer (ou seja, saiba receber).
Há quem não o saiba e gaste (o amor recebido) de uma só vez, sem qualquer noção do quanto custou para quem o deu.
O problema de receber o amor é fundamental, porque ele determina o prosseguimento ou não da doação.
O núcleo do problema está na forma pela qual cada pessoa recebe o amor, modelando-o. Lapidando-o, conservando-o e amando-o...
De que valerá um amor maior do que o mundo, se a forma pela qual se o recebe é diminuta? Se quem o recebe o inferioriza tanto que o faz escorrer pelos dedos feito areia...
Um amor de pequena estatura doado a alguém pode ser recebido como a dádiva suprema.
Será (soará), então, enorme!
Daí que amar está também, além de dar, em saber receber. É difícil saber receber quando desconhecemos o significado da palavra amor.
Eu não fui uma pessoa amada por todos, também tenho minha história, com mais coisas perdidas do que adquiridas.
Mas isso não fez com que eu me fechasse e não soubesse dar amor, não vivo trancada num mundo onde as coisas não são reais...
Saber receber, embora pareça passivo, é ativo.
Receber, se possível avaliando a intensidade com que é dado e, se for mais possível, ainda, retribuir na exata medida.
Saber receber é tão importante quanto doar um amor.
Se todos soubessem receber, não haveria a graça infinita dos desencontros do amor, geradores dos encontros.
Receber o amor é tão difícil quanto amar!
É que amar desobriga e receber o amor parece que prende as pessoas, tutela-as e aprisiona-as quando deveria ser exatamente o contrário, pois saber receber é tão grandioso e difícil quanto saber dar. Saber receber é apenas deixar que o outro lhe entregue o sentimento...
Não saber receber o amor é egoísmo, achar que porque é amado está sendo invadido, está sendo pressionado, coagido, na verdade, é covardia...


Maior covardia é despertar o amor quando não se tem a intenção de amar...



Temos que deixar de se convencer (e enganar a si mesmo) de que não sabemos amar, e assumir a possibilidade de, isso sim, não estar preparado para ser amado. Ou mais do que isso, não se sentir confortável com a ideia de alguém nos ame.

Machucando, proferindo palavras que magoam não vão ensinar você a amar, vão deixá-lo sozinho, cada vez mais enterrado no seu mundo... E com certeza absoluta, é necessário e você gosta do contato físico, você tem necessidade dele...
Tanto que quando está na presença física se torna outra pessoa, quem será bipolar no final das contas?
Quem será que precisa de terapia para entender o sentimentos?
Quem será que tem medo de expor o que sente?
Quem será que não sabe mais o que pensar e está perdido, completamente perdido e só não se deu conta ainda???"


Autora desconhecida