Dr. Oswaldo Luiz Ribeiro é um estudioso brasileiro conhecido por sua abordagem acadêmica e crítica em estudos bíblicos e de religião. Ele adota uma postura racionalista e cética em relação a muitas tradições e narrativas religiosas, incluindo a figura de Jesus.
Sobre Jesus, ele argumenta que a existência histórica de Jesus é altamente questionável e se alinha a uma perspectiva "miticista", ou seja, que Jesus pode ter sido uma figura mitológica ou literária criada com base em tradições judaicas, helenísticas e outros contextos culturais da época. Ele considera que há pouca ou nenhuma evidência concreta e independente nos registros históricos que confirme a existência de Jesus como figura histórica.
A visão de Oswaldo Luiz Ribeiro
Oswaldo Luiz Ribeiro critica tanto o cristianismo tradicional quanto teorias como a de Atwill. Ele rejeita a tese de Joseph Atwill porque considera que ela:
- Carece de evidências sólidas: Ribeiro é um acadêmico rigoroso e argumenta que a tese flaviana de Atwill é altamente especulativa, com interpretações forçadas dos textos bíblicos e históricos.
- É anacrônica: A ideia de uma conspiração romana deliberada para inventar uma figura como Jesus parece improvável dado o contexto cultural e político da época. Ribeiro argumenta que o cristianismo emergiu de movimentos religiosos judaicos heterogêneos e conflitantes, em vez de uma invenção estatal.
- Exagera a influência de Josefo: Ribeiro não vê Josefo como parte de um projeto conspiratório para criar Jesus, mas sim como um historiador com seus próprios interesses e objetivos, que podem ter sido manipulados posteriormente por escribas cristãos.
Para Ribeiro, a figura de Jesus deve ser entendida dentro do contexto de uma construção literária e simbólica que reflete tensões sociais, políticas e religiosas do judaísmo do Segundo Templo e das comunidades helenísticas. Ele considera as teorias conspiratórias, como a de Atwill, insuficientemente fundamentadas e mais alinhadas a especulações populares do que à pesquisa acadêmica.
JESUS FLAVIANO:
Joseph Atwill propõe a ideia de que Jesus não foi uma figura histórica real, mas uma invenção deliberada do Império Romano, como parte de uma estratégia política para pacificar os judeus rebeldes. Essa tese está exposta em seu livro Caesar's Messiah: The Roman Conspiracy to Invent Jesus.
Segundo Atwill, o Novo Testamento teria sido criado por intelectuais romanos, como membros da família Flaviana (Vespasiano, Tito e Domiciano), em colaboração com escritores como Josefo, para promover uma forma de religião que encorajasse submissão e obediência ao Império Romano. Ele vê paralelos entre as narrativas dos Evangelhos e as campanhas militares de Tito, sugerindo que as histórias de Jesus foram modeladas para refletir os eventos históricos de forma alegórica.
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