Você já se arrependeu de uma escolha que fez? Já se pegou pensando em como seria sua vida se tivesse tomado uma decisão diferente? Como seria se tivesse aceitado aquele emprego? E se eu tivesse continuado aquele relacionamento que falhou?
Bom, se você se identificou com alguma dessas perguntas, pare o que você está fazendo e assista Mr Nobody.
Eu, sendo a pessoa ansiosa que sou, sempre me pego fazendo perguntas que começam com “E se…” mais do que deveria. A cada grande decisão que eu tomo sempre me vem na cabeça “será que tomei a decisão certa?”. Será que quando eu estiver morrendo, no meu último suspiro, enquanto eu tiver relembrando de todos os momentos marcantes da minha vida eu vou ter algum arrependimento?
E é exatamente isso que o filme explora
Mr Nobody conta a história de Nemo, um velhinho que já se encontra em uma cama de hospital e pasme: é a última pessoa mortal na terra. E todo o filme se passa na história de vida desse cara e por todas as decisões difíceis que ele precisou tomar.
Mesmo sendo o único filme do diretor Jaco Van Dormael que eu tenha visto, eu já tenho um respeito absurdo pelo cara. A fotografia que acompanha e muda de acordo com as emoções do personagem, a paleta de cores que reforça o significado de cada momento da vida de Nemo e a forma suave, orgânica e ao mesmo tempo caótica que a montagem do filme é feita contribuiu (e muito) no quesito imersão.
Mr. Nobody (2009)
Quando eu vi o filme pela primeira vez, eu fiquei confuso em vários momentos, até perceber que era esse o propósito do filme. Na maioria do tempo estamos dentro de uma história contada por Nemo, então temos que aceitar que estamos vendo as coisas acontecerem com os olhos de uma pessoa que consegue ver várias linhas temporais em um curtíssimo espaço de tempo.
Na minha visão, o grande fio condutor do filme são os relacionamentos, que vão desde a separação dos pais de Nemo até a escolha do amor da vida dele. A forma como o filme se desenvolve consegue passar o peso de uma grande decisão, mas independente do quão pesada ela seja, sua vida vai continuar depois disso e tudo se ajeita.
Eu poderia ficar horas aqui escrevendo sobre os vários significados que esse filme tem para mim, mas aqui eu queria deixar a principal lição que ele me passou: não existem escolhas erradas. Mesmo que a gente consiga prever nosso futuro, todos os caminhos vão parecer o caminho certo, porém as decisões precisam ser tomadas, precisamos desapegar desse sentimento de preocupação que temos sempre que nos deparamos com um dilema. As coisas fluem da forma que elas são, e nos resta apenas curtir a jornada.
“Cada caminho é correto. Tudo poderia ter sido outra coisa, e seria um elemento igualmente importante.”
- Tennessee Williams
Mr. Nobody (2009)
“Life is a playground or nothing”
Vou ter que abrir o meu baú do repertório millennial e reforçar o que eu estou querendo dizer com uma letra da minha música favorita do Nickelback.
“Então faça o que for preciso
Porque você não pode reviver
Um momento nesta vida
Não deixe nada atrapalhar o seu caminho
Pois as mãos do tempo nunca estão do seu lado”
Pegue essa brisa comigo e ouça a música toda, a letra é muito boa.
Mas o meu ponto no fim disso tudo é: por mais que você queira, você nunca terá total controle do seu destino. Ao invés de pensar demais e acabar sofrendo por uma coisa que talvez você nem vai chegar a vivenciar, por que não só deixar que as coisas fluam e viver um dia de cada vez? Afinal ninguém vive para sempre, e perder parte do pouco tempo que temos aqui na Terra sofrendo é sacanagem né?
Fernando Lima
Ratos de laboratório
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