sábado, 21 de setembro de 2024

Agro é vida! e a floresta também!




O "ecologismo cego" e os ataques ao agronegócio referem-se a uma visão crítica de setores ambientalistas e acadêmicos que frequentemente se opõem às práticas agrícolas em larga escala, argumentando que causam degradação ambiental. Os críticos do agronegócio apontam desmatamento, uso de agrotóxicos, monoculturas, exploração da terra e destruição de ecossistemas como problemas centrais. Além disso, acusam essa indústria de promover injustiças sociais, como a concentração de terras e exploração de mão de obra.




Por outro lado, defensores do agronegócio argumentam que ele é essencial para a economia do Brasil, especialmente nas exportações de commodities como soja, carne bovina e açúcar. O agronegócio é considerado uma das forças motrizes do PIB brasileiro, gerando empregos, investimentos e alimentos para o mercado interno e externo. Segundo eles, o setor tem adotado práticas sustentáveis e tecnologias para aumentar a produtividade sem comprometer o meio ambiente, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o uso de biotecnologia.




O "ecologismo cego" seria uma crítica a ambientalistas que, segundo essa visão, ignoram os avanços tecnológicos e as melhorias ambientais feitas pelo setor agroindustrial, bem como sua importância econômica e social. Defensores do agronegócio sugerem que tais ataques muitas vezes desconsideram o papel crucial do setor para a segurança alimentar global e para o desenvolvimento econômico do Brasil.




Esses ataques também podem estar relacionados com uma crítica mais ampla às pautas progressistas que, segundo alguns, teriam origem nas universidades públicas e no ativismo acadêmico. As políticas promovidas por esse ativismo ambiental, frequentemente associadas a uma visão de esquerda, visariam limitar o crescimento econômico em nome de uma agenda verde, muitas vezes sem levar em conta o impacto econômico e social dessas restrições.




Assim, há uma tensão entre a preservação ambiental e a expansão agroindustrial. Em termos de fundamentação, ambas as visões têm elementos válidos. Há, de fato, evidências de impacto ambiental significativo ligado ao agronegócio, como no caso do desmatamento na Amazônia. Por outro lado, o setor tem um papel crucial na economia, e os avanços tecnológicos em práticas sustentáveis são uma realidade que não pode ser ignorada.




Esse debate reflete uma divisão ideológica que pode estar presente nas universidades e no espaço público mais amplo, com diferentes interpretações sobre o papel do agronegócio no Brasil e seu impacto ambiental.


-------Agricultura familiar---------

No Brasil, tanto a agricultura familiar quanto o agronegócio desempenham papéis essenciais, mas com diferentes focos de produção e distribuição. A agricultura familiar, que representa 70% dos alimentos consumidos no país, está mais voltada para a produção de alimentos básicos como feijão, mandioca, milho, hortaliças, leite e carne suína, além de contribuir significativamente para o abastecimento local e a alimentação escolar em diversos municípios, como Castro (PR). Essa produção tem impacto direto na qualidade e diversidade dos alimentos consumidos pelos brasileiros, especialmente em escolas e pequenos mercados regionais.

Por outro lado, o agronegócio brasileiro está voltado principalmente para a exportação. O Brasil é um dos maiores exportadores mundiais de produtos agrícolas como soja, milho, carne bovina, frango, açúcar e café. Esses produtos são vendidos para diversos países, com a China, a União Europeia e os Estados Unidos sendo alguns dos principais destinos. A produção do agronegócio é voltada para o mercado externo, devido à alta demanda por commodities em larga escala, o que contribui para o saldo positivo da balança comercial do Brasil e gera renda significativa para o país.

Portanto, enquanto a agricultura familiar atende ao mercado interno com foco em alimentos de consumo direto no dia a dia da população, o agronegócio se concentra em produtos de grande escala, principalmente voltados para exportação, com uma parte sendo processada e exportada como commodities. Isso explica a coexistência dessas duas vertentes agrícolas no país, cada uma atendendo a demandas distintas.


--Exportação = Prosperidade--

O dinheiro gerado pela balança comercial internacional do Brasil, através da exportação de produtos do agronegócio e outros setores, entra no país como receita em dólares. Esse capital passa por várias etapas de administração e aplicação:

1. **Banco Central do Brasil (BCB):** Parte desses recursos é gerida pelo Banco Central, responsável pela política cambial e a gestão das reservas internacionais. O BC utiliza esses dólares para estabilizar o câmbio, influenciar a taxa de juros, e garantir que o país tenha reservas em moeda estrangeira para enfrentar crises econômicas ou flutuações externas.

2. **Governo Federal:** A receita de exportações também aumenta a arrecadação do governo federal, por meio de impostos sobre produtos e lucros das empresas exportadoras. Esse dinheiro vai para o Tesouro Nacional, que o utiliza para financiar investimentos públicos, programas sociais, infraestrutura e educação. Parte desse montante pode também ser aplicada no pagamento da dívida pública e em projetos de desenvolvimento econômico.

3. **Setor Privado e Agronegócio:** As empresas exportadoras, incluindo grandes grupos do agronegócio, recebem diretamente o valor das exportações e reinvestem esses recursos no aumento da produção, modernização tecnológica, compra de insumos e expansão de suas operações. Isso gera empregos, melhora a produtividade e fortalece a economia como um todo.

4. **Bancos e Investimentos:** Parte do lucro das exportações é mantida no sistema bancário, seja em contas correntes, poupança ou investimentos financeiros. Esse capital alimenta o mercado de crédito, que por sua vez financia projetos de crescimento econômico, tanto na agricultura quanto em outros setores produtivos.

O desafio está em garantir que esses recursos sejam bem administrados para promover o crescimento sustentável do país. Isso depende da boa governança, combate à corrupção e políticas públicas que direcionem os investimentos para áreas estratégicas, como infraestrutura, inovação tecnológica e educação.

A aplicação desses lucros nem sempre é perfeitamente distribuída, e há críticas sobre como alguns setores se beneficiam mais do que outros, especialmente no que se refere à redistribuição dos ganhos do agronegócio para setores como a agricultura familiar e o desenvolvimento social.

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