sábado, 21 de setembro de 2024

Federal Reserve (FED)




O Federal Reserve (FED) é o banco central dos Estados Unidos, criado em 1913 com o objetivo de proporcionar estabilidade ao sistema financeiro do país e gerenciar a política monetária. Sua criação foi impulsionada pela série de crises bancárias no final do século XIX e início do século XX, especialmente o Pânico de 1907. Naquele período, as falhas no sistema bancário privado colocaram em evidência a necessidade de uma entidade centralizada que pudesse atuar como "emprestador de última instância" e estabilizar a oferta de dinheiro e crédito.

Estrutura do FED

O FED é composto por 12 bancos regionais, distribuídos pelo país, que operam sob a supervisão de um Conselho de Governadores com sede em Washington, D.C. O sistema é uma combinação de entidades públicas e privadas, onde os bancos privados possuem ações nos bancos regionais do FED, mas a direção geral da política monetária é definida pelo governo, através do Conselho.

Funções principais

O FED tem três principais funções:

  1. Gerenciamento da política monetária: Ajusta a oferta de moeda e as taxas de juros para promover o crescimento econômico e conter a inflação.
  2. Supervisão e regulação dos bancos: Garante a estabilidade do sistema bancário e protege os consumidores.
  3. Manutenção da estabilidade financeira: Atua como "emprestador de última instância" em tempos de crise.

Manutenção do sistema

O FED usa instrumentos como operações de mercado aberto, ajustes na taxa de desconto e exigências de reservas para controlar a quantidade de dinheiro na economia. Durante a crise de 2008, o FED foi crucial em implementar pacotes de estímulo financeiro e adotar políticas de afrouxamento quantitativo (QE), injetando trilhões de dólares no sistema financeiro para evitar um colapso maior.

O futuro do FED

Com o passar do tempo, o papel do FED tem sido questionado, especialmente após crises como a de 2008 e durante o período de altas taxas de inflação mais recentes (2021-2023). Os críticos argumentam que sua política monetária excessivamente frouxa contribuiu para a inflação e distorções de mercado, ao mesmo tempo que os defensores enfatizam seu papel em evitar crises ainda maiores.

No futuro, o FED pode enfrentar desafios relacionados à crescente digitalização da economia, como o surgimento de criptomoedas e moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs). Além disso, o debate sobre o papel do FED em relação ao controle de inflação versus promoção do emprego deve continuar, especialmente em um ambiente econômico global mais volátil.

--IMPOSTO DE RENDA--

Sim, o Imposto de Renda nos Estados Unidos foi formalmente instituído em 1913, o mesmo ano em que o Federal Reserve foi criado. A criação do Imposto de Renda foi possível com a ratificação da 16ª Emenda à Constituição dos EUA, que ocorreu em fevereiro de 1913. Essa emenda deu ao governo federal a autoridade de impor um imposto sobre a renda individual e corporativa de maneira direta, sem ser proporcional à população dos estados, como exigido anteriormente.

Até então, o governo dos EUA dependia principalmente de tarifas sobre bens importados e impostos sobre produtos específicos. A introdução do Imposto de Renda foi vista como uma maneira de garantir uma fonte de receita mais estável e justa, especialmente à medida que o país expandia sua infraestrutura e responsabilidades.

Assim, o ano de 1913 foi marcante por essas duas grandes reformas econômicas nos EUA: a criação do Federal Reserve, para estabilizar o sistema financeiro, e a implementação do Imposto de Renda, para fortalecer as finanças do governo federal. Ambos os sistemas ainda formam a base da política econômica dos EUA até hoje.



Críticas:

O Federal Reserve (FED), como banco central dos Estados Unidos, tem um papel central na política monetária global, e críticas contundentes a ele vêm de diversas correntes econômicas, especialmente por seu impacto no ciclo econômico, a criação de bolhas financeiras, e sua responsabilidade na disparada das desigualdades econômicas. Aqui estão alguns pontos-chave de uma crítica ao FED:

1. Política de Expansão Monetária e Bolhas de Ativos: Uma das maiores críticas ao FED está em sua tendência de adotar políticas de expansão monetária excessivas, como a redução agressiva de taxas de juros e o uso indiscriminado de "quantitative easing" (injeção de liquidez na economia). Isso cria um ambiente de crédito barato que, muitas vezes, resulta em bolhas especulativas em mercados de ativos, como imóveis e ações. Quando essas bolhas estouram, levam a crises financeiras catastróficas, como a crise de 2008.

2. Desigualdade Econômica: Embora o FED se apresente como uma instituição focada no pleno emprego e na estabilidade econômica, suas políticas frequentemente exacerbam a desigualdade. Ao beneficiar principalmente grandes instituições financeiras e o mercado de capitais, o FED contribui para o aumento das disparidades de renda e riqueza. O dinheiro barato tende a beneficiar investidores e corporações, enquanto o impacto positivo nas famílias trabalhadoras é limitado, levando a um crescimento econômico que favorece os já abastados.

3. Dependência de Wall Street: O FED é frequentemente acusado de agir em prol de Wall Street, em vez da economia real. Suas ações de resgatar grandes bancos e empresas durante crises, como a de 2008 e a pandemia de 2020, são vistas como favorecimentos ao sistema financeiro à custa dos contribuintes e da classe média. Isso gera uma percepção de que o FED é cúmplice em um sistema que privatiza lucros e socializa prejuízos.

4. Falhas na Previsão e Gerenciamento de Crises: Apesar de seu papel ostensivo de supervisionar a economia e prevenir crises, o FED frequentemente falha em reconhecer sinais de bolhas econômicas e riscos financeiros. Antes da crise financeira de 2008, por exemplo, o FED subestimou o perigo representado pelo mercado de hipotecas de risco, contribuindo diretamente para a magnitude do colapso.

5. Déficit Democrático e Falta de Transparência: Outra crítica significativa é que o FED opera com uma falta de transparência e supervisão pública adequadas. Apesar de controlar aspectos fundamentais da economia, a nomeação de seus membros e suas decisões são muitas vezes distantes do escrutínio público e da responsabilidade democrática. Isso leva a questionamentos sobre até que ponto suas decisões realmente refletem os interesses da população em geral.

6. Controle Exacerbado sobre a Política Monetária Global: Como o dólar é a principal moeda de reserva do mundo, as decisões do FED têm implicações globais, afetando economias de todo o planeta. No entanto, o FED responde exclusivamente às condições domésticas dos EUA, o que muitas vezes resulta em externalidades negativas para economias emergentes, que sofrem com a volatilidade nos fluxos de capital e desvalorização de suas moedas devido às políticas do banco central americano.

Em resumo, o FED é criticado por fomentar uma economia dependente de crédito barato, aumentando a desigualdade, favorecendo o sistema financeiro em detrimento da economia real, e por sua falta de responsabilidade democrática. Essas falhas levantam sérias questões sobre seu papel na condução da política monetária global e seu impacto no bem-estar econômico geral.






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