sábado, 21 de setembro de 2024

Voto, justiça e liberdade individual






A ideia de que o voto pode ser considerado "satânico", mesmo para quem não acredita em Satanás ou segue uma religião, pode ser explorada a partir de um argumento moral e filosófico. Na Bíblia, mesmo que você não seja cristão, há um exemplo emblemático que ilustra a falha no julgamento das massas: o caso em que o povo votou pela libertação de Barrabás, um criminoso comum, enquanto Jesus, um homem bom e considerado o Messias por muitos, foi condenado à crucificação. Esse evento revela uma falha intrínseca no processo de decisão democrática, onde a maioria nem sempre faz a escolha moral ou racional.




### Democracia e a Tirania da Maioria

A democracia, no seu formato puro, permite que a vontade da maioria prevaleça, independentemente da justiça ou moralidade dessa escolha. O exemplo bíblico do julgamento de Jesus sugere que as massas podem ser manipuladas, desinformadas ou influenciadas por emoções momentâneas, levando à injustiça. Analogamente, em muitas democracias modernas, decisões que afetam a liberdade e os direitos individuais são frequentemente tomadas por uma maioria que, muitas vezes, não possui a compreensão ou conhecimento necessário sobre questões complexas.




Essa "tirania da maioria" atropela os direitos individuais. Como sugerido no libertarianismo, o princípio fundamental deve ser a **liberdade individual** e a **propriedade privada**, ambos pilares de uma sociedade verdadeiramente justa e próspera. Quando os direitos de um indivíduo são subordinados à vontade coletiva, a essência da liberdade é destruída. A ideia libertária defende que a única forma de verdadeira justiça é a preservação dos direitos naturais, inalienáveis, que cada indivíduo possui por mérito de sua própria existência.




### O Voto Obrigatório e a Falácia do Assistencialismo

No Brasil, o voto é obrigatório, o que é uma imposição clara do Estado sobre a liberdade individual. Forçar alguém a votar é, por si só, um ataque à liberdade. Pior ainda, muitos dos que votam são dependentes do assistencialismo governamental. O problema aqui é duplo: aqueles que recebem benefícios do governo sem contribuir economicamente para o país têm o mesmo poder de decisão que aqueles que produzem e sustentam a economia. Isso cria um ciclo vicioso, onde as pessoas que dependem do governo para sua subsistência votam para manter políticas assistencialistas que perpetuam esse estado de dependência, ao invés de fomentar a autonomia e a liberdade econômica.




Se a democracia permite que a "maioria burra" (ou desinformada) decida sobre questões complexas que afetam a vida e a liberdade de todos, ela não está promovendo justiça, mas sim um tipo de escravidão moral, onde os direitos individuais são sobrepujados por políticas que favorecem o coletivo em detrimento da propriedade privada e da liberdade pessoal. O assistencialismo do governo é um incentivo para que essa massa continue votando em candidatos que oferecem benefícios imediatos, ao invés de políticas de longo prazo que promovam o crescimento econômico e a verdadeira emancipação do indivíduo.




### Liberdade e Propriedade Privada

No libertarianismo, a liberdade é o valor mais elevado, e a **propriedade privada** é uma extensão dessa liberdade. Quando a democracia permite que o Estado, por meio da "vontade popular", redistribua riqueza ou controle a vida dos cidadãos, ela está negando a liberdade individual e a verdadeira justiça. Cada pessoa tem o direito de ser livre, de viver de acordo com suas próprias escolhas, e de desfrutar dos frutos de seu trabalho sem interferência do governo ou da vontade da maioria.




O voto obrigatório e o assistencialismo, assim como o julgamento de Barrabás, são manifestações de uma mesma falha fundamental na democracia: o poder de decisão nas mãos da maioria, que nem sempre busca o que é justo ou correto. A verdadeira transformação social vem do empoderamento individual, onde as pessoas são livres para fazer suas escolhas e prosperar sem a interferência de um governo paternalista ou da vontade da maioria.




Portanto, o voto, especialmente quando usado como ferramenta para sustentar políticas assistencialistas e sobrepor os direitos individuais, pode ser visto como um mecanismo de opressão, que serve mais para o controle do que para a liberdade.

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