quarta-feira, 30 de março de 2011

A verdadeira prosperidade



Você tem de ser rico, mas não próspero. Riqueza é outra coisa. Um mendigo pode ser rico, e um imperador pode ser pobre. A riqueza é uma qualidade do ser. Alexandre, o Grande, encontrou Diógenes, que era um mendigo, nu, com apenas uma lamparina, seu único bem. E ele mantinha sua lamparina acesa até durante o dia. Obviamente ele se comportava de maneira estranha; o próprio Alexandre teve de lhe perguntar: "Por que você mantém essa lamparina acesa durante o dia?" Ele levantou a lamparina, olhou para o rosto de Alexandre e disse: "Estou procurando pelo verdadeiro homem dia e noite, e não o encontro". Alexandre ficou chocado porque um mendigo nu falara daquela maneira com ele, o conquistador do mundo. Mas percebeu que Diógenes era muito belo em sua nudez. Seus olhos eram tão silenciosos, sua face tão pacífica, suas palavras tinham tanta autoridade, sua presença era tão calma, tranquila e suave que, embora Alexandre se sentisse insultado, não pôde retrucar. A presença do homem era tanta que o próprio Alexandre pareceu um mendigo a seu lado. Em seu diário ele escreveu: "Pela primeira vez senti que a riqueza era algo mais do que ter dinheiro. Vi um homem rico". A riqueza é sua autenticidade, sua sinceridade, sua verdade, seu amor, sua criatividade, sua sensibilidade, sua meditatividade. Essa é sua verdadeira prosperidade.


Osho, em "Dinheiro, Trabalho, Espiritualidade"

quarta-feira, 23 de março de 2011

O amor deve ser um ato de absoluta liberdade



Estou tentando preparar o homem do futuro, que respeitará a mulher como um ser igual a ele, que dará a ela oportunidade para crescer ao mesmo tempo em que dará a ele próprio oportunidade para crescer. E não haverá nenhum tipo de servidão. Se duas pessoas puderem se amar durante toda a vida, ninguém vai incomodá-las. Mas não há necessidade nenhuma de casamento nem de divórcio. O amor deve ser um ato de absoluta liberdade. Mas também lhe ensinaram durante milhares de anos que, "Se você realmente ama, esse amor tem de ser permanente". Eu não vejo nada na vida que tenha de ter essa qualidade de ser permanente. O amor não pode ser nenhuma exceção. Portanto, não espere que o amor seja permanente. Isso fará com que a sua vida amorosa seja mais bonita, porque você sabe que hoje estão juntos, mas amanhã talvez você tenha de partir. O amor vem como uma brisa fresca e perfumada que entra na sua casa, enche tudo de frescor e perfume, fica o tempo que a existência permitir e depois vai embora. Você não deve fechar todas as portas, pois senão essa brisa fresca vai se tornar um ar absolutamente viciado.


Osho, em "A Essência do Amor: Como Amar com Consciência e se Relacionar Sem Medo"

O amor não deve ser uma obrigação


O amor não deve ser uma obrigação; no momento em que você faz dele uma obrigação, ele se torna artificial, superficial. Não chega nem à profundidade da pele. O pai diz: "Ame-me porque sou seu pai". Ele está dando um motivo para o filho amá-lo, como se o amor precisasse de motivos. Os pais não criam situações em torno das quais a criança espontaneamente desabroche em uma pessoa amorosa; eles apenas impõem a ideia. Se a criança não sente amor naturalmente, sente-se culpada — porque não ama a mãe ou o pai, e isso é ruim, não é assim que as coisas deveriam ser. Ela começa a se condenar. Se tenta amar só para evitar a culpa, o filho sabe que isso é hipocrisia, mas tem de aprender a hipocrisia porque precisa sobreviver. É uma questão de vida ou morte para ele. Ele tem de amar também os irmãos e as irmãs, os tios e as tias. Tem de amar, e esquece completamente que o amor poderia ter tido um crescimento natural. Agora o amor se tornou um dever, uma ordem a ser cumprida. Por isso, o filho vai cumprindo. Esse gesto se torna vazio e acaba se convertendo no padrão para toda a vida.


Osho, em "Meditações Para o Dia" http://www.palavrasdeosho.com/

segunda-feira, 14 de março de 2011

Maior revolução de todos os tempos


Que não haja engano, todo coração humano busca a felicidade ainda que a desconheça e essa não faça sentido no mundo atual. Filósofos se curvam à ignorância de cada dia afirmando que não há nada mais tolo do que buscar a felicidade. Religiosos demonstram dogmaticamente que a felicidade não é coisa deste mundo. Governos e legisladores mancomunados discretamente com as corporações bancárias promovem regras mediante as quais todos os seres humanos se apeguem ao medo, já que seres amedrontados podem ser enganados com produtos que supostamente lhes assegurem proteção. Enquanto isso a felicidade não deixa margem ao equívoco, é o estado de espírito mediante o qual um ser humano segue sua vocação e a pratica. Esta exaltação irreverente e descompromissada é a maior revolução de todos os tempos.

Quiroga

terça-feira, 1 de março de 2011

O antídoto



Sabe qual é o antídoto para contra-arrestar o efeito nocivo de nossas personalidades descoordenadas, de nossas mentes vacilantes, do senso de distinção e exclusividade que tanto mal provoca na civilização? Sabe qual é o antídoto para contra-arrestar o sectarismo provocado pelos credos religiosos, independente de quão boas sejam suas fórmulas, assim como também a soberba e excesso de cobiça que assola a cultura? O antídoto é simples, mas sua aplicação requer disciplina e é aqui que nossa humanidade falha. Temos todos de aprender na prática a ser inofensivos, o que nos conduziria imediatamente a ser cordiais uns com os outros, não por mero desejo sedutor, mas como sinal de respeito aos semelhantes, sem os quais tudo seria impossível aqui na Terra.
Autor: Quiroga

Do bom e do melhor




Estamos obcecados com "o melhor". Não sei quando foi que começou essa
mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a
melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor
vinho.

O bom, não basta. O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os
outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes,
porque, afinal, estamos com "o melhor". Isso até que outro "melhor"
apareça - e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.

Novas marcas surgem a todo instante. Novas possibilidades também. E o
que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que
podemos ter.
O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver
inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno
desassossego. Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque
estamos de olho no que falta conquistar ou ter. Cada comercial na TV
nos convence de que merecemos ter mais do que temos. Cada artigo que
lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo
melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.
Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com
o melhor tênis.

Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas
o menos, às vezes, é mais do que suficiente.
Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência?
Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e
assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o
melhor cargo da empresa?
E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do
meu quarto? O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou
porque tem o "melhor chef"?

Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora
existe um melhor e dez vezes mais caro? O cabeleireiro do meu bairro
tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"? Tenho pensado no
quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos
impedido de desfrutar o "bom" que já temos. A casa que é pequena, mas
nos acolhe.
O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria. A TV que
está velha, mas nunca deu defeito. O homem que tem defeitos (como
nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos". As férias
que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a
chance de estar perto de quem amo. O rosto que já não é jovem, mas
carrega as marcas das histórias que me constituem. O corpo que já não
é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.

Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso? Ou será que isso
já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?


Autor:

Leila Ferreira