sexta-feira, 28 de junho de 2013

O medo da liberdade



Olhe uma rosa: ela é bela, mas não existe liberdade alguma de florescer ou não florescer. Não existe problema, não existe escolha. A flor não pode dizer, "Eu não quero florescer", ou "Eu me recuso". Ela nada tem a dizer, nenhuma liberdade. É por isso que a natureza é tão silenciosa (...).

Com o surgimento do homem, pela primeira vez aparece a liberdade. O homem tem a liberdade de ser ou não ser. Por outro lado, surge a angústia, o medo de que ele possa ou não ser capaz, medo do que vai acontecer. Existe um tremor profundo. Todo momento é um momento em suspense. Nada é seguro ou certo, nada é previsível com o homem: tudo é imprevisível. 

Nós conversamos a respeito da liberdade, mas ninguém gosta de liberdade. Nós falamos sobre liberdade, mas criamos escravidão. Toda liberdade nossa é apenas uma troca de escravidão. Nós seguimos mudando de uma escravidão para outra, de um cativeiro para outro.

Ninguém gosta de liberdade porque liberdade cria medo. Com a liberdade você tem que decidir e escolher. Nós preferimos pedir a alguém ou a alguma coisa para nos dizer o que fazer – à sociedade, ao guru, às escrituras, à tradição, aos pais. Alguém deve nos dizer o que fazer: alguém deve mostrar o caminho, para que possamos seguir – mas nós não conseguimos nos mover por nós mesmos. A liberdade existe, mas existe o medo.

É por isso que existem tantas religiões. Não é por causa de Jesus, de Buda ou de Krishna. É por causa de um enraizado medo da liberdade. Você não consegue ser simplesmente um homem. Você tem que ser um hindu, um muçulmano ou um cristão. Apenas por ser um cristão, você perde a sua liberdade; sendo um hindu, você não é mais um homem – porque agora você diz, "eu seguirei uma tradição. Eu não vou caminhar no inexplorado, no desconhecido. Eu seguirei num caminho bem marcado com pegadas. Eu caminharei atrás de alguém; eu não seguirei sozinho. Eu sou um hindu, assim eu seguirei com uma multidão; eu não caminharei como um indivíduo. Se eu me mover como um indivíduo, sozinho, haverá liberdade. Então, a todo momento eu terei que decidir, eu terei que gerar a mim mesmo, a todo momento estarei criando a minha alma. E ninguém mais será responsável: somente eu serei o responsável final."

Nietzche disse ‘Deus está morto e o homem está totalmente livre.’ Se Deus está realmente morto, então o homem está totalmente livre. E o homem não tem tanto medo da morte de Deus: ele tem muito mais medo da sua liberdade. Se existe um Deus, então tudo está bem. Se não existe Deus, então você foi deixado totalmente livre – condenado a ser livre. Agora faça o que você gosta e sofra as consequências, e ninguém mais será responsável, só você. 

Erich Fromm escreveu um livro chamado "O Medo da Liberdade". Você se apaixona e começa a pensar em casamento. O amor é uma liberdade; o casamento é uma escravidão. Mas é difícil encontrar uma pessoa que se apaixona e não pense imediatamente em casamento. Existe o medo porque o amor é uma liberdade. O casamento é uma coisa segura; nele não existe medo. O casamento é uma instituição – morta; o amor é um evento – vivo. Ele se move; ele pode mudar. O casamento nunca se move, nunca muda. Por causa disso o casamento tem uma certeza, uma segurança.

O amor não tem certeza nem segurança. O amor é inseguro. A qualquer momento ele pode sumir de vista da mesma forma como apareceu do nada. A qualquer momento ele pode desaparecer! Ele é muito sobrenatural; ele não tem raízes na terra. Ele é imprevisível. Por isso, "é melhor casar. Assim, fincamos raízes. Agora esse casamento não vai evaporar no nada. Ele é uma instituição!" 

Em toda situação – exatamente como no amor –, quando encontramos liberdade, nós a transformamos em escravidão. E quanto mais cedo melhor! Assim nós podemos relaxar. Por isso, toda história de amor termina em casamento. "Eles se casaram e viveram felizes para sempre."

Ninguém está feliz, mas é bom terminar a história ali porque em seguida vai começar o inferno. Por isso toda história termina no momento mais bonito. E qual é esse momento? É quando a liberdade se torna escravidão! E isso não é apenas com o amor: isso é com tudo. Assim o casamento é uma coisa feia; é provável que venha a ser. Toda instituição tende a ser uma coisa feia porque ela é apenas um corpo morto de algo que um dia foi vivo. Mas com uma coisa viva, a incerteza provavelmente estará presente.

"Vivo" quer dizer que pode mover, pode mudar, pode ser diferente. Eu amo você; no próximo momento eu posso não amar. Mas se eu sou o seu marido, ou sua esposa, você pode ter a certeza de que no próximo momento eu também serei seu marido, ou sua esposa. Isso é uma instituição. Coisas mortas são muito permanentes; coisas vivas são momentâneas, mutáveis, estão num fluxo.

O homem tem medo de liberdade, mas a liberdade é a única coisa que faz de você um homem. Assim, nós somos suicidas – ao destruir nossa liberdade. E com essa destruição nós estamos destruindo toda nossa possibilidade de ser. Então você acha que ter é bom porque ter significa acumular coisas mortas. Você pode continuar acumulando; não existe um fim para isso. E quanto mais acumula, mais seguro você fica. 

Eu digo que agora o homem tem que caminhar conscientemente. Com isso eu quero dizer que você tem que estarconsciente de sua liberdade e também consciente de seu medo da liberdade. 

Como usar essa liberdade? A religião nada mais é do que um esforço no sentido da evolução consciente, em saber como usar essa liberdade. O esforço de sua vontade agora é significativo. Qualquer coisa que você esteja fazendo não voluntariamente é apenas parte do passado na escala da evolução. O seu futuro depende de seus atos com vontade. Um ato muito simples feito com consciência, com vontade, dá a você um certo crescimento – ainda que seja um ato comum.

Por exemplo, você resolve jejuar, mas não porque você não tem comida. Você tem comida; você pode comê-la. Você tem fome; você pode comer. Você resolve jejuar: isso é um ato voluntário – um ato consciente. Nenhum animal pode fazer isso. Um animal jejua algumas vezes, quando não existe fome. Um animal terá que jejuar quando não existir alimento. Mas somente o homem pode jejuar quando existe ambos: a fome e o alimento. Isso é um ato voluntário. Você usa a sua liberdade. A fome não consegue incitar você. A fome não consegue empurrar você e o alimento não consegue puxar você.

Esse jejum é um ato de sua vontade, um ato consciente. Isso dará a você mais consciência. Você sentirá uma liberdade sutil: livre do alimento, livre da fome – na verdade, no fundo, livre do seu corpo, e ainda mais fundo, livre da natureza. A sua liberdade cresce e a sua consciência cresce. 

Na medida que sua consciência cresce, a sua liberdade cresce. Elas são correlacionadas. Seja mais livre e você será mais consciente; seja mais consciente e você será mais livre.

Osho, em "The Ultimate Alchemy"

Auto-sabotagem


- Homem abandona família, mas foi exatamente isso que ele prometeu não fazer, pois seu pai havia feito a mesma coisa e ele sabia o quanto era dolorido para todos.

- Mulher troca de namorado pois foi traída muitas vezes, mas cada vez arruma outro igualzinho o anterior, com os mesmos defeitos.

-Homem tem um chefe difícil de agradar, mas não é que esse chefe é igualzinho ao seu pai?

Coincidência ou auto-sabotagem? São comportamentos repetitivos. Auto sabotagem é a tendência a repetir atitudes destrutivas.

Comportamento repetitivo

Nossa vida é feita de comportamentos repetitivos, por exemplo, você escova os dentes todos os dias, mas se alguém lhe perguntar quantas vezes escovou hoje talvez você tenha que pensar se escovou mesmo.

Lembra-se de ter fechado a porta hoje? Não? Porque não lembra? Porque esse é um comportamento repetitivo. É automático.

Estes comportamentos são inofensivos, mas temos observar os comportamentos repetitivos que nos destroem pois não os percebemos da mesma forma que não percebemos se fechamos a porta.

Observe o exemplo da mulher que só arruma namorado que a trai. Será que 100% dos homens traem, ou 100% dos homens que ela coloca na vida dela a traem. Porque ela faz isso? Ela QUER ter homens traindo-a? Claro que não, pois o sofrimento é insuportável. Então porque ela faz isso? Resposta: Auto sabotagem.

Como nos auto sabotamos?

Nós nos automatizamos. Quando trocamos a marcha do carro não pensamos: “Agora está na hora de pisar na embreagem e trocar de segunda para terceira”? Não, nós simplesmente trocamos. Porque? Porque aprendemos a automatizar comportamentos. O problema é quando automatizamos coisas que nos fazem mal. O problema é quando explodimos e depois vemos que estamos acabando com nossos relacionamentos por explodir tanto. “Mas eu não consigo parar de explodir. Porque faço isso?” Porque você se auto-boicota. Você se auto-sabota. Destrói a própria vida e não percebe a sua responsabilidade nisso tudo.

Algumas repetições destroem a vida da pessoa e deixam esta pessoa muito frustrada.

Ex: Você já comeu meio ovo de páscoa, nem está mais gostando de comer tanto chocolate, mas continua até se empanturrar e se arrepender de ter comido tanto. Isso é auto-sabotagem.

Veja o exemplo do homem que trai sua esposa com pessoas que nem são tão importantes assim para ele. Mas ele continua nesses relacionamentos mesmo sabendo do risco de acabar seu casamento, e acabar por nada, por alguém que significa muito pouco. Porque ele continua nesse ciclo vicioso? Porque ele faz coisas que destroem a própria vida?

Porque a mulher que tinha um namorado agressivo, troca de namorado e arruma outro também é agressivo? Mas que coincidência seu pai era agressivo? Será coincidência?

Repetimos padrões da infância mesmo que esses padrões estejam prejudicando nossa vida.

Como mudar?

Conscientizar-se sobre o ciclo da repetição é o primeiro passo para você superá-lo.

Perceber que você está trocando de mulher, mas toda vez está com o mesmo tipo de mulher que não te agrada.

Perceber que troca de namorado , mas está sempre com a mesmo tipo de pessoa sem atitude (que por coincidência é seu pai escrito).

É o comerciante que está sempre arriscando um novo negócio, que nunca dá certo, mas quando vai ver lá está ele de novo fazendo a mesma coisa.

Sabe aquele amigo que vive te pedindo dinheiro emprestado e nunca devolve, você continua emprestando? Porque você faz isso? Por pura auto sabotagem.

Sabe aqueles finais de semana inteiros que você passa no sofá? No domingo à noite está morto de arrependimento por não ter feito nada que preste. Promete que no próximo fim de semana vai ser diferente, mas no próximo faz tudo igual. Porque ? Auto sabotagem!

São vidas infernizadas pela compulsão da repetição. Uma necessidade inconsciente de repetir um comportamento mesmo que destrua a felicidade ou a vida de alguém.

A pessoa que não consegue administrar seu tempo, que sabe que sabe fazer as coisas mas, simplesmente não consegue colocar a vida em ordem. Olhe bem e você vai ver que essa pessoa teve um pai que cobrava e cobrava, que queria que ela fosse a mais competente do mundo. Ou seja, essa pessoa continua brigando com o pai, que talvez esteja até morto hoje. Como esse pai vai influenciar lá do tumulo? Acredite em mim, ele influencia. Quem influencia não é o pai, mas a figura internalizada do pai.

Você pode estar se perguntando: Mas é possível que uma hora a pessoa consiga se dar conta disso e reconhecer esse ciclo de repetições? É possível romper esse ciclo? A resposta é SIM, mas concordo que não é fácil. Pois se a pessoa passou uma vida construindo uma percepção equivocada terá medo de mudar, de contestar o que sempre foi uma "lei".

Tenho como exemplo uma paciente que ficou totalmente desestruturada depois que assistiu na TV toda a reportagem da queda do avião. Ela não costuma viajar de avião, não conhecia ninguém daquele avião, e nem as pessoas de seu convívio costumam viajar de avião. Mas porque então ela ficou tão chocada, abalada, sem sequer conseguir sair de casa depois daquela noticia? O entendimento disso veio quando na terapia ela percebeu que esse mesmo sentimento de terror lhe aparecia quando tinha sido abusada sexualmente na infância. Era o mesmo desespero, o mesmo desamparo. Não era à toa que a queda do avião tinha mexido tanto com ela. É o mesmo ciclo de repetição que agora funciona como auto sabotagem.

As pessoas enterram as situações traumáticas de suas vidas, mas não significa que elas estejam mortas. Elas continuam como se fosse uma marca indelével. Essa moça já foi uma criança indefesa se sentindo frágil, mas agora mesmo adulta continua emocionalmente frágil, carregando dentro de si essa menina assustada. Ela não sabia por que, não sabia explicar. As crianças não conseguem controlar suas vidas, e ela se sentia ainda hoje como se não pudesse controlar sua vida.

É por isso que é muito difícil identificar esse conteúdo interno, porque a pessoa passa anos tentando ocultar isso tudo, não só dos outros, mas ocultando de si mesma. Mas se este conteúdo está escondido saiba que é por uma boa razão, a auto defesa. Por isso é preciso muita responsabilidade da pessoa que vai desenterrar tudo isso -o psicologo a quem você confiou sua "cabeça". Veja bem pra quem você está entregando a sua história de vida, com que você vai fazer terapia e que tipo de psicoterapia vai fazer.

Identificar quais são os entraves de sua mente é só uma parte do processo. A parte mais importante e que vai realizar mudanças em seu comportamento é quando você desenvolve uma nova forma de ver o mundo. E o psicólogo é a pessoa que o ajuda neste processo. Para lhe ensinar estratégias que promoverão as mudanças que você quer em sua vida.

Antigamente o psicólogo era daquele tipo que aparece nos filmes mal feitos e novelas da TV. Ficavam calados só te ouvindo sem dividir com o paciente o que lhe passa na cabeça. Hoje tanto a Terapia Cognitiva Comportamental como a psicanálise mudaram a forma de terapia. O psicólogo é muito mais participativo. Ele vive junto com o paciente as transformações de cada um, pode até dar exercícios para serem feitos em casa.

O que a pessoa que está se autossabotando precisa e procura é um novo modo de lidar consigo mesmo e com o mundo.

Por exemplo, o caso da garota que se reprime e não consegue frequentar academia, por mais que ela queira fazer sua ginástica, emagrecer, ficar com o corpo bonito, ela pensa que se for para a tal academia as pessoas vão olhar para as suas roupas, vão cochichar entre elas e dizer que ela está ridícula, vão rir dela, e no fim ela não vai conseguir fazer nenhum amigo porque todos já estarão enturmados, e ela se sente um peixe fora d’água.

E você? Você está repetindo um ciclo vicioso? Isso é auto sabotagem. Você quer e precisa fazer academia, mas não faz? Porque sua cabeça está ocupada demais preocupada com o que vão pensar de você. Essa preocupação se torna mais importante do que você cuidar do seu corpo. É justo? Não. Absolutamente não.

Porque essas pessoas se sabotam tanto?

Talvez elas tenham vivido uma infância inteira se sentindo inadequadas. Talvez tenha havido pessoas fazendo-as se sentirem sem direitos, sem direito de se expressar ou de simplesmente fazer parte da vida. E assim ninguém nunca as viu como pessoas interessantes. E é assim que elas se sentem. As mosquinhas do cavalo do bandido.

Por conta desse sentimento que recebo muitos pacientes me contando, por exemplo, do marido agressivo. Ela passa uma vida toda, semana após semana sendo agredida por ele. Mulheres que tem toda condição financeira de manter-se sozinhas, mas não tem condição emocional para ficarem sozinhas, então vivem com o inimigo num processo de total auto sabotagem . Porque ela repete isso? Com certeza teve em sua vida alguém significativo que a ensinou a agüentar agressões, a suportar quieta essa pessoa a fez acreditar que ela não é ninguém, que ela só vai conseguir uma migalha de amor, e pra conseguir essa migalha de amor, ela precisa suportar o que quer que seja. Então ela passa a vida suportando agressões, e até procura , inconscientemente claro, pessoas que a agridam, para manter o esquema. Tudo isso só porque ela acreditou que essa é a única forma de receber um mínimo de amor.

Como funciona a terapia nos casos de autosabotagem?

O primeiro passo é perceber que a auto sabotagem não precisa continuar. Você pode mudar esses esquemas e acabar com auto-sabotagem. A Terapia Cognitiva Comportamental ensina estratégias pra que você supere isso. Existe até lição de casa pra você praticar um novo modo de funcionar. A psicanálise lhe ajuda a rever suas vivências de refazer aprendizados.

Porque as pessoas se auto-sabotam desse jeito? As pessoas fazem isso porque existe uma compulsão a repetição. Internamente acreditam que essa repetição é a única forma de viver razoavelmente bem. Mas não é . É por isso que ela precisa de um olhar de um profissional treinado. Alguém que veja sua estória com clareza.

As pessoas resistem em fazer terapia porque acreditam que não há chance dela sair dessa. Crêem não haver esperança pra esse sofrimento. Mas há sim. Deixar de se tratar e continuar nesse sofrimento é ser covarde pra encarar a mudança.

Pense bem, se você tem a oportunidade de fazer mudanças em sua vida para que arrumar desculpas como: não tenho tempo... não tenho dinheiro...? Daqui a pouco está comprando o ultimo modelo de celular, está comprando mais roupas do que cabe no guarda roupa, está gastando com restaurantes, mas pra se cuidar não tem dinheiro? Pra mudar seus padrões de pensamento e comportamento que estão destruindo sua vida você não disponibiliza nenhum recurso.

Para entender como a repetição de comportamentos, ou seja a auto-sabotagem, começa vamos lembrar daquela menina que usava os sapatos da mãe - quando cresce é claro que vai ter o mesmo estilo de se vestir da mãe.

O garoto que passou todas as férias da sua infância indo para a uma certa praia. Quando cresce vai levar sua nova família para a mesma praia (par o desespero desta família).

Essa pessoa não tem espaço para mudanças, e nem para imaginação.

Porque as pessoas repetem e repetem as mesmas coisas?

Porque elas aprenderam que essa era a coisa certa a fazer. Talvez sua família tenha zombado das pessoas que faziam as coisas de forma diferente, e assim a criança aprende que só uma forma de fazer as coisas, que será da forma que sua família fazia. Os pais são alcoólatras e a casa é uma bagunça, então a criança acredita que é assim que as casas são.

Só quando a criança cresce e observa outros estilos de vida é que pode perceber que o estilo da sua não é o único nem o melhor. Mas mesmo assim muitos não mudam. Por quê? Por que a família já ensinou que ele só vai receber amor e atenção se ele continuar a repetir o que sua família impôs. É como se dissessem “só vou gostar de você se você for igual a mim”. Mesmo que não digam em palavras.

A tragédia acontece quando a pessoa topa e passa a repetir o que os pais fizeram, sempre tentando alcançar o amor e a aceitação.

Muitas vezes as pessoas vêm para terapia porque estão com dificuldades em seus casamentos, dificuldades no trabalho, dificuldades em relacionamentos sociais, e nem percebem qual foi o inicio disso tudo.

O que acontece é uma imensa confusão interior.

Essas são aquelas pessoas que casam com alcoólatras depois de terem sofrido anos com pais alcoólatras. Não entendem como entram em uma fria atrás da outra, não entendem como continuam a comprar o que não precisam e não podem pagar. Tudo isso tem um nome - auto sabotagem. E você só sai dela quando entende a sua dinâmica interna e mudar essa dinâmica.

Autor desconhecido

quinta-feira, 27 de junho de 2013

O rebelde tem de aprender uma nova arte


A vida dele é perigosa - mas uma vida sem perigo não é vida. Ele aceita o desafio do desconhecido. Ele não encontra o desconhecido que vem do futuro preparado pelo passado. Isso cria a angústia da humanidade; o passado lhe prepara, e o futuro nunca vai ser o passado. O seu ontem nunca será o seu amanhã.

Mas até agora é assim que o homem tem vivido: seus ontens o preparam para os seus amanhãs. A própria preparação se torna um obstáculo. Você não consegue respirar livremente, não consegue dançar livremente - o passado o podou de todas as maneiras. A carga do passado é tão pesada que todas as pessoas estão esmagadas sob ela.

O rebelde simplesmente diz adeus ao passado.

É um processo constante; assim, ser um rebelde significa estar continuamente em rebeldia - pois cada momento se tornará o passado; todos os dias se tornarão o passado.

Não é que o passado já esteja na cova - você está passando por ele a cada momento.

Assim, o rebelde tem de aprender uma nova arte: a arte de morrer para cada momento que passar, para que ele possa viver livremente no novo momento que chegou.

Osho, em "Rebeldia: Uma Qualidade Essencial"

Não interferir (para os pais)



"Se você é um pai, você vai precisar de muita coragem - para não interferir. Abra as portas da direções desconhecidas para a criança, assim ela pode explorá-las.

Ela não sabe o que há dentro dela, ninguém sabe.

Ela tem que tatear no escuro. Não deixe-a com medo da escuridão, não deixe-a com medo do fracasso, não deixe-a com medo do desconhecido. Dê-lhe apoio.

Quando ela estiver indo em uma viagem desconhecida, envie-a com todo o seu apoio, com todo o seu amor, com todas as suas bênçãos.

Não deixe que ela seja afetada por seus medos.

Você pode ter medos, mas mantenha-os para si mesmo. Não descarregue esses temores sobre a criança, porque isso será interferir."

Osho, em "From Darkness to Light"

Discussões


"Discutir com outras pessoas é apenas uma extensão do que acontece na própria mente, que discute consigo mesma, criando personagens, fictícios ou não, os quais, introjetados, servem de saco de pancadas para a mente processar essas discussões ensimesmadas e autofágicas.

A realidade objetiva e externa é apenas uma continuação do palco interior.

Em muitos casos as discussões podem e deveriam servir para as pessoas chegarem a um consenso, mas isso raramente ocorre. 
O que vemos é uma profusão de monólogos acontecendo simultaneamente, e que as pessoas chamam de discussões ou diálogos ou mesmo reuniões, as famosas reuniões em que todas as pessoas se encontram quando você liga para elas e as pertinentes secretárias e assistentes vão logo avisando: “está numa reunião, posso estar anotando seu telefone para ir passando o recado?”.

Pois bem, ocorre que pela configuração deste período, nada haveria de mais árido e estéril do que você se embrenhar em qualquer discussão agora, seja essa subjetiva ou objetiva.

Por isso, a não ser que você tenha tempo a perder e queira perdê-lo, melhor seria evitar as discussões."

Quiroga