sábado, 20 de outubro de 2012

O modo mais bonito de se desligar do ego


O riso é uma das mais divinas experiências, mas muito poucas pessoas riem de fato. O riso delas é fraco - ou é intelectual, ou apenas uma fachada, ou uma formalidade, ou um maneirismo, mas nunca é total.

Se um homem conseguir rir de verdade, com o coração e sem se conter, nesse momento algo formidável pode acontecer - porque o riso, quando é total, desliga-se totalmente do ego, e esta é a única condição em que se conhece Deus: desligando-se do ego.

Há muitos modos de se desligar do ego, mas o riso é o mais bonito. O riso não precisa de talento. 

Na verdade, as crianças riem da maneira mais bonita, da maneira mais total. Quando crescem, seu riso se torna fraco, elas começam a reprimi-lo, começam a pensar se devem rir ou não, ou se é certo rir em tal e tal situação.

Aprenda novamente a rir como criança - rir total e conscientemente -, e não apenas dos outros, mas de si mesmo também. 

Não se deve jamais perder uma oportunidade de rir. 

O riso é oração.

Osho, em "Meditações Para o Dia"


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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O medo dos agressores



Todo ser humano que agride é tomado pelo medo, mas como não tem coragem de admitir seu verdadeiro estado de ânimo tenta mascará-lo com ofensas e agressões de todos os tipos.

Assim é que a verdadeira coragem nunca é testada, pois essa é a que orientaria a sair dessa ciranda infame das agressões e da brutalidade, iniciando o processo de ancorar na civilização uma dinâmica de relacionamentos pautada na tolerância.

Neste planeta deve haver lugar para tudo e para todos, esta é a verdadeira medida, este é o ponto corajoso mediante o qual o medo, um antiquíssimo companheiro de jornada, poderá finalmente ser derrotado sem, no entanto, disparar um único tiro.

Cada ser humano deve fazer a sua parte, pois tanto os que se sentem acuados quanto os que avançam e pisoteiam os outros, todos, sem exceção, vivem à sombra do medo e, por isso, ainda não vivem seus verdadeiros destinos nem tampouco progridem, mesmo que estejam convencidos do contrário.

Aliás, de convencimentos equivocados é que se constrói a verdadeira ignorância.

Viver com medo é uma experiência que diminui nossa humanidade e nos ancora na animalidade. (Com todo respeito aos animais)

Quiroga

O caminho espiritual



Quando sejamos capazes de aceitar nossos semelhantes como são, belos e imperfeitos, com suas faltas, fracassos e vitórias, nos identificando neles, então poderemos dizer que trilhamos o caminho espiritual. 
Até lá fingiremos que nos elevamos, mas na prática seremos mais um de uma longa dinastia de egoístas que pretendem ser mais do que os semelhantes. 
Cada ser humano deve reconhecer sua própria vileza antes de erguer o dedo e acusar seus semelhantes, pois nesse reconhecimento reside a semente do amor e quando essa começa a germinar, a mente faz tantas conexões e reconhecimentos que não lhe resta mais tempo para discursar sermões acusadores, se dedica o tempo inteiro a superar as falhas em si mesma, conhecendo que esse seria o melhor serviço que poderia prestar para construir um mundo verdadeiramente melhor.

Quiroga

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A vida define





As potencialidades são imensas, mas nossa humanidade realiza menos do que imagina. 
Essa discordância entre a teoria e a prática é incômoda, confronta nossa humanidade com sua pior inimiga, a preguiça, aquela que sopra ao ouvido a sugestão de não ser necessário se esforçar tanto e que todo trabalho deveria ser feito tendo em vista o descanso posterior, o que levaria a realizá-lo o mais rapidamente possível e de forma desleixada. 
Enquanto isso, nossa humanidade fica sonhando com a vida que levaria se tivesse recursos suficientes para prescindir do trabalho, imagina todas as potencialidades. 
Enquanto isso, a Vida não define o caráter humano por uma vitória, uma derrota ou pela constante imaginação, a Vida define o humano pelo modo de se comportar quando está só, livre da interferência do olhar alheio.

Quiroga


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Simplicidade




A simplicidade é viver sem ideais. Os ideais criam complexidade, criam divisões em você e, portanto, geram complexidade. 

A partir do momento em que fica interessado em ser outra pessoa, você se torna complexo. Simplicidade significa estar contente com aquilo que você é.

O futuro traz complexidade. Quando está completamente no presente, você se torna simples.

Simplicidade não significa uma vida de pobreza. Isso é completamente absurdo porque a pessoa que impõe uma vida de pobreza a si mesma não é simples. É hipócrita. Essa necessidade significa que, lá no fundo, ela deseja exatamente o oposto.

Do contrário, por que seria necessário impor algo? Você só impõe determinado caráter sobre si mesmo se for o oposto disso...

A simplicidade significa ser apenas aquilo que você é, em absoluta aceitação, sem objetivos, sem ideais. Todos os ideais são besteiras inúteis, livre-se de todos eles.

É preciso coragem para ser simples. É preciso coragem porque você nunca estará ajustado àquilo que chamam de "sociedade" e que existe ao seu redor. Você sempre será um estrangeiro. 

Mas será simples, e a simplicidade possui uma beleza. Você estará completamente em harmonia consigo mesmo. Não haverá conflitos dentro de você, não haverá divisões dentro de você. 

Um ideal traz as divisões. Quanto maior o ideal, maiores são as divisões...

A simplicidade não é um ideal, você não pode se impor a simplicidade. É por isso que nunca digo que pessoas como Mahatma Gandhi são simples. Eles não são, não podem ser. 

Simplicidade é o ideal dessas pessoas, elas estão tentando atingi-lo. A simplicidade
é um objetivo muito distante no futuro, e elas estão lutando, estão se esforçando, fazendo um grande esforço. 

Como é possível criar simplicidade a partir de um esforço? Tentam melhorar a existência com seu esforço. A existência é perfeita como ela é, não precisa ser melhorada. A simplicidade significa tão-somente aquilo que é.

Osho, "Osho de A a Z: Um Dicionário Espiritual do Aqui e Agora"


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Definições




É decisivo! É propício definir! 

Há momentos na vida que imprimem uma inflexão definitiva, pois mudam o curso dos acontecimentos, para o bem ou para o mal.
Em muitos casos somos levados a isso como se fossemos carregados pela mão misteriosa do destino. 
Porém, há também casos em que apesar de termos sido carregados por essa mão misteriosa durante um tempo longo, em determinado momento nos munimos de força sobrenatural e mediante o poder de nossas vontades mudamos o curso da história.

Seja passivamente ou por obra e graça de sua própria vontade, considere ser este um desses momentos que tem tudo para ser decisivo.
Não é a final de Copa do Mundo, mas salvas as devidas proporções, nos assuntos que lhe dizem respeito se poderá viver uma analogia do acontecimento.

Depois da definição, e com a entrada de Saturno em Escorpião, o caso seguirá na direção do que resulte dessa definição e de todas as rupturas que acontecerão.
Quando nos deparamos com a palavra ruptura sempre trememos, porque nos apegamos de forma inerte ao conhecido, ainda que seja um mal conhecido, temendo o desconhecido, ainda que seja um bem desconhecido.

A vantagem de Saturno em Escorpião consiste em que apesar de nossos temores, o impulso da ruptura será avassaladoramente maior, uma verdadeira vantagem, considerando-se a inércia em que todos existimos.

Além do quê, o processo destrutivo inerente a toda ruptura nunca poderia atingir o que estivesse em bom andamento e sobre bases sólidas, mas a tudo que está na corda bamba, sustentado por muletas (com todo respeito aos que usam muletas, porque as precisam, a afirmação anterior foi feita para o que usa muletas sem precisá-las).

Quiroga

Querer





Querer muito, querer tudo, querer demais, o excesso de quereres pode terminar em ficar querendo e nada além disso.

Deliciar-se com a visão de tudo que poderia ser, admirar-se com as belas curvas femininas ou os braços fortes e o olhar poderoso dos homens, imaginar o que você compraria se tivesse suficiente dinheiro, fantasiar com os lugares que conheceria e todas as aventuras que você empreenderia, assim como também os gastos que você faria, tudo uma delícia! Tudo sedutor!

Porém, enquanto isso, aí está você na mesma vida de sempre, e quando o olhar retorna a essa realidade sobrevém a decepção. O que você fará nessa hora? Começará a dar patadas sem eira nem beira, desprezando sua realidade? Ou dessa vez tomará uma atitude um pouco mais saudável percebendo que a fantasia acabou e que foi boa enquanto durou?

Com um pouco de sabedoria em mente a fantasia pode ser um momento de adquirir leveza, afinal, já que a mente é capaz de viajar tão longe sem sair do lugar é até propício aproveitá-la.

Porém, se na volta da fantasia você tiver se convencido de que seria melhor viver nela do que no mundo que construiu, então aí começaria uma distorção que, em nome da sabedoria, seria melhor exorcizar sumariamente.

As fantasias podem ser uma necessária válvula de escape, mas você não fixaria residência numa válvula de escape, fixaria?

Quiroga

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Conhecerás a verdade




Conhecerás a Verdade e ela te libertará. 
Que conhecimento seria esse, capaz de promover tão elevado objetivo? Certamente não será o conhecimento acadêmico, cada vez mais distante da realidade por ter se posto quase que exclusivamente a serviço da ciranda produtiva, a qual, por sua vez, não respeita a singularidade dos indivíduos humanos, mas precisa deles assustados e divididos para que sirvam de engrenagens ao sistema produtivo, consumindo produtos e venerando a ciência acadêmica como a nova religião, cujos dogmas são inquestionáveis. 
A verdade só poderia ser conhecida por percepção direta, por experimentá-la tão íntima e visceralmente que ao seu respeito não restaria dúvida alguma.
A verdade pode ser identificada apenas por mérito próprio.

Quiroga                       
                                                              
                                                              
                                                              


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Sem misericórdia para os lamurientos



Assustar-se com os obstáculos e retroceder a uma postura de lamentos por tudo ser muito difícil seria a pior atitude num momento como o atual. O destino pode ser muito severo com este tipo de atitude, não há misericórdia na trama de ferro desta era astrológica.

Você pode pedir ajuda, você pode demandar energia extra para seus momentos difíceis, você pode invocar colaboração e sabedoria, mas se você se deter a choramingar na beira do caminho, certamente perderá toda a assistência que o mundo invisível outorga. 
Não há pena para os choramingos, e sabe por que? Porque são sempre motivados pelo egoísmo, ou seja, o choramingo tem um quê de prazer masturbatório que pela sua própria natureza se encerra em si mesmo, afastando toda e qualquer possibilidade de assistência.

Por isso, diante dos obstáculos, não se detenha nas lamúrias, passe rapidamente por essa condição e continue empenhando todo seu esforço para continuar em frente.

Só isso mostrará que sua alma é merecedora de assistência e, assim, receberá cada vez mais.

Quiroga