quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Amizade




AMIZADE
A amizade é o sentimento de bem-estar íntimo, júbilo, contentamento, alegria e felicidade espontâneos, experimentados à companhia de outra pessoa, desprovido de interesses diversos, segundas intenções, ganhos secundários e outros motivos que não a pura e simples presença desta pessoa - mulher ou homem - ou ainda consciência extrafísica, seres sub-humanos, plantas e animais.

A amizade é, a rigor, faceta sadia de manifestação interconsciencial, podendo ser entendida como contraposição à inimizade ou à indiferença. Isto é, aquela é preferível a estas, sempre. Contudo, torna-se doentia quando há cumplicidade ou sinergia dos aspectos patológicos, negativos, entre as consciências envolvidas.

Eis a seguir a caracterização e reflexão acerca de 6 conceitos relacionados ou derivados da amizade, providenciais para o entendimento desta no contexto da invéxis:

1. Empatia: afinidade, concordância, pré-amizade, rapport, sintonia manifestada pela identificação de aspectos comuns entre os envolvidos. Dentro do processo interassistencial, se não houver criação de empatia, normalmente através de facetas conscienciais mais simples, dificilmente haverá ambiente para o entendimento das antipatias provocadas pelos conflitos ideológicos mais complexos. Tal dinâmica está na base do binômio admiração-discordância, e do crescendo tacon-tares*.

2. Paixão: espécie de amor, amizade ou afinidade buscada para suprir perturbações de cunho afetivo ou sexual. A pessoa-alvo da paixão ainda não é vista qual consciência integral, mas ao modo de consciência-muleta, andaime ou apoio emocional. A contraposição entre paixão e amor autêntico é observada, na língua Espanhola, pela diferença entre as expressões coloquiais “te amo” e “te quiero”.

3. Coleguismo: relação sadia, agradável, cooperativa e aprazível entre pessoas compartilhando ambientes, trabalhos, tarefas ou contextos conjuntos. Pode ser a interação de 2 indivíduos amigáveis e amistosos, porém ainda não transformada em amizade. Laços de sociabilidade e conviviabilidade podem ofuscar a existência de amizade apenas superficial.

4. Amizade ociosa: vínculo podendo ser até autêntico e sincero, porém sustentador de hábitos acomodatícios e costumes estagnadores, inúteis, sem maiores frutos quanto à evolução pessoal. Também chamada “amizade sociosa”, é uma dentre as várias formas de amizade espúria, aonde há união pelos traços interpessoais piores.

5. Amizade intermissivista: é o laço de amizade construído em bases conscienciocêntricas, conscienciológicas, invexológicas ou dentro do fortalecimento mútuo, autoconsciente, em favor das programações existenciais envolvidas. Aqui entram os alicerces para os grinvexes e as duplas evolutivas.



6. Amizade compulsória: por hipótese, o vínculo construído de maneira imperativa, obrigatória, devido a contextos e necessidades de força maior. Há filmes comerciais ilustrativos, entre personagens inter-antipáticos tornados amigos pela cooperação, forçada por circunstâncias críticas: “Inimigo Meu” (1985); “Falcão” (1987); “Fugitivas” (2000); “A Última Ceia” (2001); “De Costa a Costa” (2004). A opção lúcida de antimaternidade e antimatrimônio é possível à pessoa quando não mais necessita amarras grupo cármicas ou genéticas para construir a união inter-consciencial.

Paradoxalmente, a pessoa sempre “amigável” pode ser frustrante para o desenvolvimento de laços de amizade real. Por exemplo, a mãe de interesses sempre “puros”, o namorado impecavelmente “bonzinho”, o eterno “bom companheiro” no trabalho, e outros, quando através da anticonflitividade absoluta, colocam-se fora da mira de qualquer crítica. Aqui, a falsa amizade é mecanismo de defesa contra a manifestação do ressentimento dos outros. Bloqueiam-se as chances de crescimento e ajuda mútuas, mantém-se a pseudo-harmonia e gradativamente perde-se o interesse na relação.

Derivação clara da tendência superficial de união interconsciencial é a capacidade também superficial de promover acoplamentos bioenergéticos. A amizade é a primeira manifestação de “sintonia”, sinergia, harmonização interpessoal, gerando conseqüências na esfera energética e extra física. Conclusão óbvia é este fator predispor os acoplamentos e assimilações energéticas positivas, mais facilmente, em comparação com as relações nas quais o vínculo mútuo é fraco.

Após refletir sobre os pseudo-interesses disfarçados de amizade, é prático medir a extensão desta por meio da seguinte pergunta: eu sentiria alegria e contentamento espontâneos de estar com determinada pessoa, em ambientes reconhecidamente desagradáveis? A resposta positiva sincera, desprovida de segundas intenções, indica nível razoável de amizade sentida dentro da relação.

* Crescendo tacon-tares: desenvolvimento do processo assistencial iniciando pela tarefa da consolação e evoluindo para a tarefa do esclarecimento.

Autor: Amaral, Flávio
famaral@inbox.com
29 anos, Economista, voluntário da ASSINVÉXIS,
professor da Conscienciologia desde 2003 e de Invexologia desde 2005

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