quinta-feira, 25 de abril de 2013

Não saber ser amado...





"Algumas pessoas tem medo de amar, outras, medo de serem amadas e outras ainda que, julgando ter medo de amar, na verdade tem, isso sim, medo de ser amadas.

Pessoas que se individualizaram de tal forma que se habituaram a contar apenas consigo mesmo e com os seus próprios cuidados, e que, perante a possibilidade de algo novo, alguém que lhe queira bem e a ame, reaja da forma contrária. 
Talvez por não saber amar, não saiba receber amor, menospreze sentimentos alheios, pisando com palavras o coração de quem lhe quer bem.
Chegando a ser cruel, sem perceber que faz sangrar quem está ali, apenas querendo dar amor... Alguém que queira que seu amor seja compreendido em toda sua amplitude e magnitude...
Mas para quem vive no seu mundo, onde mal tem contato físico, pois está habituado a viver no mundo virtual, seja difícil perceber amor real e concreto.
Medo talvez, insegurança, talvez o que profere para quem o ama seja o que de fato lhe cabe, talvez gire em torno somente do seu eixo, talvez seja egoísta, talvez não seja como disse uma vida inteira: que nunca foi amado.
Porque teve tantos corações em suas mãos e machucou todos... Os segurou em suas mãos e deixou sua marca, em todos os sentidos, mas a marca maior, a da indiferença...
Todos nós precisamos de alguém e há sempre alguém que precise de nós. E este verbo – precisar – não é necessitar, não cabe seu sinônimo aqui, é como partilhar…
Podemos até acreditar que estamos bem assim, sem ninguém, com a nossa vida que designamos boa e planejada, mas há sempre algo que pode se adicionar e trazer uma enorme valia.
Receber o amor é como saber gastar (gastar o amor de quem lhe está dando).
É necessário fazer com que o investimento recebido renda frutos, juros e dividendos, para novos investimentos e lucros humanos.
Há quem o saiba fazer (ou seja, saiba receber).
Há quem não o saiba e gaste (o amor recebido) de uma só vez, sem qualquer noção do quanto custou para quem o deu.
O problema de receber o amor é fundamental, porque ele determina o prosseguimento ou não da doação.
O núcleo do problema está na forma pela qual cada pessoa recebe o amor, modelando-o. Lapidando-o, conservando-o e amando-o...
De que valerá um amor maior do que o mundo, se a forma pela qual se o recebe é diminuta? Se quem o recebe o inferioriza tanto que o faz escorrer pelos dedos feito areia...
Um amor de pequena estatura doado a alguém pode ser recebido como a dádiva suprema.
Será (soará), então, enorme!
Daí que amar está também, além de dar, em saber receber. É difícil saber receber quando desconhecemos o significado da palavra amor.
Eu não fui uma pessoa amada por todos, também tenho minha história, com mais coisas perdidas do que adquiridas.
Mas isso não fez com que eu me fechasse e não soubesse dar amor, não vivo trancada num mundo onde as coisas não são reais...
Saber receber, embora pareça passivo, é ativo.
Receber, se possível avaliando a intensidade com que é dado e, se for mais possível, ainda, retribuir na exata medida.
Saber receber é tão importante quanto doar um amor.
Se todos soubessem receber, não haveria a graça infinita dos desencontros do amor, geradores dos encontros.
Receber o amor é tão difícil quanto amar!
É que amar desobriga e receber o amor parece que prende as pessoas, tutela-as e aprisiona-as quando deveria ser exatamente o contrário, pois saber receber é tão grandioso e difícil quanto saber dar. Saber receber é apenas deixar que o outro lhe entregue o sentimento...
Não saber receber o amor é egoísmo, achar que porque é amado está sendo invadido, está sendo pressionado, coagido, na verdade, é covardia...


Maior covardia é despertar o amor quando não se tem a intenção de amar...



Temos que deixar de se convencer (e enganar a si mesmo) de que não sabemos amar, e assumir a possibilidade de, isso sim, não estar preparado para ser amado. Ou mais do que isso, não se sentir confortável com a ideia de alguém nos ame.

Machucando, proferindo palavras que magoam não vão ensinar você a amar, vão deixá-lo sozinho, cada vez mais enterrado no seu mundo... E com certeza absoluta, é necessário e você gosta do contato físico, você tem necessidade dele...
Tanto que quando está na presença física se torna outra pessoa, quem será bipolar no final das contas?
Quem será que precisa de terapia para entender o sentimentos?
Quem será que tem medo de expor o que sente?
Quem será que não sabe mais o que pensar e está perdido, completamente perdido e só não se deu conta ainda???"


Autora desconhecida

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