sexta-feira, 30 de março de 2012

A saudade do momento perfeito


Nossa humanidade tem saudade do momento perfeito que uma vez experimentou e que marcou sua consciência por toda a eternidade.

Os psicanalistas optam por fazer referência a esse momento perfeito na história da libido e do desenvolvimento psicológico decorrente dos relacionamentos afetivos familiares, especialmente no que tange aos filhos com os pais. Parece que esse momento perfeito seria o oceano de integração corporal e psíquica de quando estamos no útero.

Há, porém, outro momento perfeito, o da paixão, o instante em que não há margem para críticas ou descontentamento, a alma se entrega devotamente ao ser amado no instante em que sente esse impulso e não é detida por pudores, temores nem quaisquer outras limitações.

Ainda há outro momento perfeito que se pode experimentar, chamado de epifania, é o instante em que inesperadamente e através de fatos corriqueiros a alma entende uma verdade transcendental e se unifica momentaneamente com o Divino, participando intensamente da divindade, se identificando com ela, sendo Uma só com a Divindade.

Certo é que independente de o momento perfeito ser animal, humano ou Divino, a alma de nossa humanidade está com uma saudade enorme de experimentar essa perfeição.

Observando ao redor, contemplamos um montão de complicações e constrangimentos que nos distanciam do momento perfeito, mas não vale desistir, pois mesmo que o momento perfeito dure apenas um segundo, seus efeitos perduram por toda a eternidade, porque essa perfeição é a própria eternidade.

Quiroga

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