sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Kularnava tantra - fragmento



Quando nem sequer há consciência,

senão a quietude da água parada,

essa meditação despojada se chama samadhi.

A Realidade brilha por si própria,

não somente pelos pensamentos da mente.


Chama-se yogi aquele cujo

movimento respiratório cessa,

imóvel como uma pedra e que

somente conhece o Ser e a Morada supremos.


Quando nem sequer há consciência,

senão a quietude da água parada,

esa meditação despojada se chama samádhi.


A Realidade brilha por si própria,

não somente pelos pensamentos da mente.

E quando a Realidade brilha desta forma,

nos transformamos intantaneamente Nisso.


Aquele que está como dormido,

tanto no sono como na vigília,

sem respirar e imóvel, é verdadeiramente livre.


Aquele cujos sentidos não se agitam,

cuja mente e respiração se absorvem

no próprio ser, que está como morto,

se chama jívanmukta, o que se liberta em vida.


Não ouve, não cheira, nem toca nem vê;

tampouco conhece o prazer ou a dor, nem exercita a mente.

Como um tronco de madeira,

não conhece nada nem é consciente de nada;

está unicamente absorvido em Shiva, está em samadhi.


Quando jogamos água sobre a água,

leite sobre o leite, ghee sobre o ghee,

não aparece nenhuma diferença.

Da mesma forma, não há diferença

entre jívatma e Páramátma, a alma e o Ser.


O homem pode converter-se em Brahman

pela força do samádhi,

igual que o casulo se converte em abelha

pela força da concentração.


E uma vez que o Ser se separa dos gunas,

não torna a ser o mesmo, como a manteiga que,

uma vez extraída do leite, não volta ao seu estado primitivo,

mesmo que você a jogue de novo sobre o leite.


Kularnava Tantra, VI.


Tradução de Pedro Kupfner

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