segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Origem do tarot



O tarô é um oráculo de cartas misteriosas de origem desconhecida. 

O tarô tradicional possui 78 cartas; sendo 22 arcanos maiores e 56 arcanos menores, que se subdividem em quatro conjuntos de naipes (paus, espadas, ouros e copas) com quatorze cartas cada. O termo "arcano" em si se relaciona com o mistério, a profundidade e a compreensão oculta, tendo sido incorporado pelos ocultistas do século XIX.

Atualmente, o tarô obtém expressão nas mais diversas áreas, sendo um instrumento de estudo e uso até pela Psicologia. Carl Gustav Jung, renomado psicólogo do século XX, introduziu o termo "arquétipo", e os definiu como imagens universais e símbolos que residem no inconsciente coletivo da humanidade. Esses padrões universais são inatos e influenciam a maneira como percebemos e interpretamos o mundo ao nosso redor. Arquétipos são modelos de pensamento pré-existentes que têm apelo universal. As cartas do tarô são vistas então como ilustrações da jornada da alma humana, uma espécie de história em quadrinhos sobre os nossos dramas.

O tarô não se trata exatamente de adivinhação, pois se fosse, os tarólogos ganhariam na mega-sena não é mesmo? Ele é mais uma ferramenta de auto-conhecimento, um oráculo que ilumina os buscadores em meio aos conflitos, dramas, dúvidas e receios que todos nós vivemos. 

O Arcano sem número, ou de número zero, que por vezes também é considerado o Arcano 22, é a carta “O louco”. Esta carta é de certa maneira a representação simbólica do consulente e de cada um de nós: eu, você e todo ser humano. O louco é o antepassado direto da famosa carta Coringa dos baralhos modernos de jogar. Esse personagem representativo, percorre uma incrível jornada através dos outros 21 arcanos maiores.

Inicialmente, as cartas de tarô eram usadas como um jogo de cartas chamado "tarocchi" ou "tarock", que ainda é praticado em algumas regiões da europa ocidental. Essas primeiras versões do tarô não tinham a mesma estrutura que as versões usadas como oráculo hoje em dia.

A associação do Tarô com as artes divinatórias e simbolismo esotérico começou a ganhar destaque supostamente no século XVIII, especialmente com a publicação de obras como "O Livro de Thoth" por Antoine Court de Gébelin e "O Tarô dos Boêmios" por Jean-Baptiste Alliette, também conhecido como Etteilla. Esses autores propuseram que o tarô continha sabedoria esotérica antiga e revelava segredos ocultos.

A popularização do tarô como uma ferramenta oracular cresceu ao longo dos séculos XIX e XX, especialmente com o renascimento do interesse pelo ocultismo e o esoterismo.

É importante notar que, apesar das alegações de origens mais antigas e místicas, não há evidências concretas que confirmem uma origem específica ou uma ligação direta do tarô com tradições esotéricas antigas. O tarô moderno, com seus 78 arcanos (cartas), incluindo os Arcanos Maiores e Menores, é uma criação mais recente e uma fusão de várias influências culturais ao longo do tempo.

Pouquíssimo se sabe a respeito da história das cartas do tarô ou a respeito da origem e da evolução das designações de naipe e do simbolismo dos 22 trunfos. Mas é evidente que essas velhas cartas foram concebidas nas profundezas das entranhas da experiência humana.

Algumas hipóteses existem, e na verdade as especulações são incontáveis: há quem acredite que a origem é chinesa, egípcia, cigana, judia e até mesmo aqueles que acreditam que o tarô surgiu em Atlântida, uma civilização mítica antiga, que a bem da verdade, não possui comprovação científica que tenha existido. 

Diversos eruditos bem conceituados, entre os quais Arthur Edward Waite e Heinrich Zimmer, sugerem que os trunfos foram forjados pelos albigenses: seita gnóstica francesa que floresceu na Provença do século XII. Acredita-se que eles tenham sido provavelmente contrabandeados para o Tarô, como velada comunicação de idéias em desarmonia com a igreja estabelecida.

Por outro lado, outras evidências existem de que os  primeiros baralhos foram criados entre 1410 e 1430 em Milão, Ferrara ou Bolonha, no norte da Itália, onde cartas de trunfo foram adicionadas aos já existentes baralhos de naipe. Esses novos baralhos foram chamados de "carte da trionfi", cartas de triunfo, e as cartas adicionais simplesmente de "trionfi", termo que originou a palavra "trunfo" em português. A primeira evidência literária da existência das "carte da trionfi" foi um registro escrito nos autos da Corte de Ferrara, em 1442. As mais antigas cartas de tarô existentes são de quinze baralhos incompletos pintados em meados do século XV para a família governante de Milão, os Visconti Sforza.

Klaus Coelho

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