sábado, 28 de outubro de 2023

Historicidade de Jesus



A questão da historicidade de Jesus Cristo e as teorias que questionam a existência de Jesus são tópicos debatidos por estudiosos e historiadores, mas a posição acadêmica predominante é que Jesus de Nararé foi uma figura histórica que viveu no primeiro século d.C. em Israel e foi a causa primária do movimento que se tornou o cristianismo. As evidências históricas que apoiam a existência de Jesus incluem não apenas os escritos do Novo Testamento, que não é um documento neutro/ imparcial, mas também fontes extrabíblicas, como escritos de historiadores e filósofos da época, como Flávio Josefo e Tácito, que fazem referências (fraquíssimas, diga-se de passagem - e também completamente suspeitas de interpolação- ) a Jesus.

A teoria do "Mito de Jesus" (ou miticismo) é defendida por uma minoria de pesquisadores e autores, mas geralmente é vista como uma posição menos respaldada pelas evidências disponíveis. Essa teoria argumenta que Jesus Cristo não era uma figura histórica real, mas uma invenção ou mito baseado em histórias de outras culturas e tradições religiosas. No entanto, essa visão não é amplamente aceita pela comunidade acadêmica, uma vez que a maioria dos historiadores considera que há evidências históricas confiáveis que apontam para a existência de Jesus.

Quanto à ideia de que o cristianismo foi criado por Constantino, o imperador romano, essa é uma visão historicamente incorreta. O cristianismo já existia como um movimento religioso significativo antes do Édito de Milão (313 d.C.), que concedeu liberdade religiosa aos cristãos no Império Romano sob o governo de Constantino. O cristianismo primitivo começou com os ensinamentos de Jesus e a pregação de seus apóstolos após sua morte e suposta ressurreição. Constantino desempenhou um papel importante na história do cristianismo, como o primeiro imperador romano a se converter ao cristianismo e legalizar a prática cristã, mas ele não foi o fundador da religião. No máximo poderíamos dizer que Constantino se apropriou, fez algumas alterações pontuais para defender seus próprios interesses enquanto Império, e guiou os rumos da institucionalização cristã e seus respectivos dogmas. 


Em resumo, a visão acadêmica predominante é que Jesus foi uma figura histórica real, e o cristianismo começou como um movimento religioso distinto antes do reinado de Constantino no Império Romano. Claro, existem debates e teorias alternativas, mas a maioria dos estudiosos apoia a historicidade de Jesus e a origem do cristianismo a partir de suas pregações e ensinamentos. Até porque várias universidades são cristãs, detêm grande poder e influência na sociedade e podendo influenciar e financiar uma boa parcela da comunidade acadêmica em vários países.

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A academia trata das questões relacionadas à figura de Jesus e aos milagres de maneira histórica e crítica. A maioria dos estudiosos, incluindo aqueles que não professam a fé cristã, reconhece que os relatos dos milagres atribuídos a Jesus nos Evangelhos devem ser examinados de forma crítica e compreendidos em seu contexto histórico e literário.


Os acadêmicos geralmente distinguem entre a análise histórica e a análise teológica. Na análise histórica, os estudiosos buscam compreender a figura de Jesus e sua mensagem a partir de fontes históricas, como os Evangelhos e outros escritos da época, levando em consideração critérios de autenticidade e contexto cultural. Nesse sentido, os milagres são frequentemente vistos como eventos que devem ser avaliados à luz das evidências disponíveis.


Os estudiosos reconhecem que os relatos de milagres nos Evangelhos podem ser interpretados de diferentes maneiras. Alguns veem essas histórias como registros literários que refletem a fé e a teologia dos autores dos Evangelhos e das comunidades cristãs primitivas. Outros estudiosos podem considerar a possibilidade de que eventos extraordinários tenham ocorrido, mas geralmente buscam evidências adicionais para apoiar essas afirmações.


Em resumo, a academia não assume automaticamente que os milagres atribuídos a Jesus são fatos concretos literais. Em vez disso, os estudiosos aplicam abordagens críticas e históricas para examinar os relatos dos milagres à luz das evidências disponíveis e do contexto literário e cultural da época. Há uma gama de opiniões na academia sobre como interpretar esses relatos, e essas interpretações variam de acordo com a perspectiva e a metodologia de cada estudioso.

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