segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Nailed: Dez Mitos Cristãos que Mostram que Jesus Nunca Sequer Existiu #1


Nailed: Dez mitos cristãos que mostram que Jesus nunca sequer existiu

Mito Nº 1: A ideia que Jesus foi um mito é ridícula!

“Quando o assunto é religião é muito fácil iludir um homem, e muito difícil desiludi-lo” -Pierre Bayle 

Tem que ter existido um Jesus? A maioria das pessoas nunca ouviu falar do antigo mitógrafo grego Evêmero, o primeiro a teorizar que os deuses da mitologia foram seres humanos deificados e, aqueles mitos baseados em lendas, floresceram dos relatos sobre pessoas e eventos reais. Muitas pessoas podem ficar surpresas ao descobrir que existem evemeristas quando o assunto é Jesus. Isso quer dizer que, embora elas não acreditem que Jesus tenha sido o Cristo divino que o cristianismo venera como o filho de Deus e redentor do mundo, considerando relatos dos seus milagres e maravilhas como mera adição lendária, ainda assim certamente acreditam que deve ter havido uma figura central que iniciou o cristianismo. 

Talvez tenha sido apenas um professor errante ou um exorcista, um profeta apocalíptico ou um zelota que se opunha aos romanos. Talvez tenha sido tudo isso ou até um combinado de várias dessas figuras do século primeiro; mas em algum grau, certamente deve ter existido alguém no núcleo original do cristianismo, indiscutivelmente o indivíduo mais famoso da História humana. Tudo isso aparenta ser uma suposição completamente natural e perfeitamente razoável de se fazer – então por que alguém haveria de ser tão tolo ao propor que Jesus nunca existiu? 

Não seria mais sensato assumir que houve um Jesus histórico, ainda que sejamos incapazes de recuperar os fatos reais sobre sua vida e morte? Como iremos ver, não. O oposto é verdadeiro: quanto mais próximos examinamos as evidências sobre Jesus, menos sólidas elas ficam; e encontramos ainda mais silêncios suspeitos e semelhanças curiosas com ideias religiosas pagãs e judias, e com filosofias que precederam o cristianismo. E uma vez que começamos a analisar as origens desta tradição ou daquele ensinamento de suas várias fontes, a cortina se abre rapidamente até que fica muito difícil aceitar que existiu – ou que pode ter existido – qualquer figura histórica no centro. 

As DEZ lindas mentiras sobre Jesus 

O cristianismo, como todos os movimentos religiosos, nasceu da mitogenia (criação de mitos); e em nenhum outro lugar isso é tão claro como quando examinamos o contexto do qual Jesus surgiu. A sustentação histórica de Jesus, a qual os apologistas insistem que diferencia o seu Cristo dos outros inumeráveis deuses salvadores e filhos divinos do antigo mundo pagão, simplesmente não resiste a essa investigação. 

Ao contrário, quanto mais próximo examinamos a História oficial, ou de preferência Histórias, do cristianismo (ou cristianismos!), mais rápido fica evidente que a figura histórica de Jesus circulou com uma couraça de mentiras largamente aceitas e raramente examinadas por quase dois milênios. O propósito desta quase breve análise é destacar dez desses tão admirados mitos cristãos, dez lindas mentiras sobre Jesus: 

1- A ideia que Jesus foi um mito é ridícula! 
2- Jesus foi muito famoso – mas não havia nenhuma razão para os historiadores contemporâneos perceberem-no... 
3- O historiador antigo Josefo escreveu sobre Jesus. 
4- Testemunhas oculares escreveram os Evangelhos.
5- Os Evangelhos descrevem Jesus de forma consistente. 
6- A História confirma os Evangelhos.
7- A arqueologia confirma os Evangelhos.
8- Os Evangelhos são confirmados pelas Epístolas de Paulo. 
9- O Cristianismo começou com Jesus e seus apóstolos. 
10- O Cristianismo era totalmente novo e foi um sucesso instantâneo e miraculoso que mudou o mundo! 

Também quero fazer uma pequena resenha de como as evidências levantadas por todo o espectro teológico não só derrubam esses mitos por muito tempo adorados, mas apontam para um Jesus Cristo criado unicamente pela alquimia da esperança e da imaginação; um messias transmutado de um construto puramente teológico e literário para uma figura familiar (mais verdadeiramente, figuras) de Jesus – resumindo, um Cristo mítico. E, finalmente, quero discutir brevemente o quão diferentes as coisas teriam sido se realmente tivesse havido um Jesus histórico.

Quem diz que não houve um Jesus? 

Já começamos. Nosso primeiro mito cristão é a rejeição instintiva da ideia que Jesus pode ter sido apenas uma lenda figurativa. Sem surpresa, apologistas se ofendem com essa hipótese e declaram que historiadores esmagadoramente concordam que Jesus foi real. O ministro da Campus Crusade for Christ [Cruzada Universitária por Cristo] Josh McDowell nos fornece exemplos primários destas declarações desconsideradas em seu livro The New Evidence That Demands a Verdict [A Nova Evidência que Requer um Veredito] (p. 120): 

“Nenhum acadêmico sério se arriscou a postular a não historicidade de Jesus.

 (Otto Betz, What Do We Know About Jesus? [O que sabemos sobre Jesus?]) 

“Alguns autores podem brincar com a fantasia de um ‘Cristo-mito’, mas não o fazem com base em evidências históricas. A historicidade de Cristo é axiomática para um historiador imparcial assim como a historicidade de Júlio César. Não são historiadores aqueles que propagam a teoria do ‘Cristo-mito’.” ​

(F.F. Bruce, The New Testament Documents: Are They Reliable? [Os Documentos do Novo Testamento: São Confiáveis?]) 

É bem verdade que a maioria dos historiadores bíblicos não questiona a historicidade de Jesus. Mas novamente aqui, a maioria dos historiadores bíblicos é sempre formada por pregadores cristãos, então o que poderíamos esperar que dissessem? Apesar de toda arrogância, a verdade é que pelo tempo que tem havido escritores cristãos, tem havido críticos contestando as afirmações cristãs e questionando os eventos dos Evangelhos. E desde pelo menos o século XVIII um número crescente de historiadores tem apontado problemas sérios que levantam muita dúvida sobre a historicidade de Jesus, como veremos.

Jesus vs Júlio César 

Por exemplo, o historiador Richard Carrier enumerou os problemas com a afirmação do apologista cristão Douglas Geivett que as evidências sobre a ressurreição de Jesus atendem “aos mais altos padrões de confiabilidade histórica”, e são tão certas quanto o fato de Júlio César atravessando o Rio Rubicão em 49 AEC. Carrier diz: “É bem comum na apologia cristã através da História fazer afirmações exageradamente absurdas e esta não é uma exceção”. Então, ele compara as evidências para os dois eventos: 

Em primeiro lugar, temos o relato preservado do próprio César. Em contraste, não temos nada escrito por Jesus e nem sabemos quem realmente escreveu os Evangelhos. Em segundo lugar, muitos dos inimigos de César descreveram a passagem do Rubicão. Mas não temos nenhum registro hostil ou mesmo neutro da ressurreição até depois de cem anos do suposto fato, cinquenta anos depois que a crença cristã se tornou amplamente conhecida. Em terceiro lugar, há inúmeras inscrições, moedas, citações de batalhas, recrutamentos e julgamentos que formam uma quase contínua cadeia de evidências sobre a marcha inteira de César. Mas não há nenhuma evidência física de nenhum tipo no caso de Jesus. 

Em quarto lugar, quase todo historiador do período relata a passagem pelo Rubicão, inclusive os mais proeminentes da era romana: Suetônio, Apiano, Cássio Dio e Plutarco. Além disso, esses acadêmicos demonstraram confiabilidade à toda prova, já que uma grande quantidade de seus relatos tem sido confirmada com evidências materiais e por outras fontes. E ainda mais, eles referenciam e citam muitas fontes diferentes mostrando uma leitura ampla das testemunhas e dos documentos, e demonstram consistentemente um desejo de examinar criticamente as afirmações onde há algum conflito. Se isso não fosse suficiente, todos citam ou referenciam fontes escritas por testemunhas, inimigas e aliadas, da passagem do Rubicão e as repercussões do evento. 

Mas nem um único historiador menciona a ressureição até os séculos III e IV, quando então os que o fazem são historiadores cristãos. Dos autores anônimos dos Evangelhos, somente “Lucas” afirma estar escrevendo História, mas nem Lucas nem nenhum dos outros autores jamais citam quaisquer outras fontes ou mostram sinais de uma avaliação crítica ou mesmo treinada das afirmações conflitantes. Nenhum deles mostra nenhuma outra literatura ou conhecimento que avalize aquilo que podemos testar por sua habilidade e precisão. Suas reais identidades são completamente desconhecidas e todos declaram publicamente seu viés na tentativa de persuadir por novas conversões. 

Finalmente, a Segunda Guerra Civil da República Romana não poderia ter acontecido como aconteceu se César não tivesse cruzado fisicamente o Rio Rubicão com seu exército pela Itália e capturado Roma. Embora a única coisa necessária para explicar a expansão do cristianismo seja uma crença, a crença que a ressureição aconteceu. Não há nada que uma ressureição real possa ter causado que a mera crença em uma ressureição não possa. Assim, uma ressureição real não é necessária para explicar toda a história subsequente, ao contrário da passagem de César pelo Rubicão. Carrier conclui que enquanto temos muitas razões para acreditar que César cruzou o Rubicão, todas as razões desaparecem no caso da ressurreição: 

“De fato, quando comparamos os cinco pontos, vemos que em quatro das cinco hipóteses da historicidade de um evento, a ressurreição não apresenta nenhuma evidência e em uma das hipóteses em que apresenta evidências, não tem a melhor, mas a evidência do pior tipo – um punhado de testemunhas tendenciosas, pouco exigentes, leigas, desconhecidas e de segunda mão. Realmente, você deve procurar com afinco para encontrar um outro evento que esteja tão mal suportado pelas evidências quanto esse.”[1] 

Então, mesmo antes que comecemos a examinar as evidências sobre a ressurreição de Jesus, somos forçados a reconhecer que as evidências históricas para ela e para todas as outras passagens extraordinárias da carreira de Jesus não estão só longe de serem sólidas, mas próximas de serem suspeitas. Portanto, não há nada de irracional em se fazer uma aproximação cética à imagem de Jesus construída nos Evangelhos em primeiro lugar. E é importante notar que não estamos falando somente do divino homem-deus Jesus descendo em fogo porque não são só os aspectos sobrenaturais de Jesus que entram em suspeição. Até mesmo os aspectos mundanos e que soam perfeitamente plausíveis sobre a vida de Jesus se provaram problemáticos, como veremos no nosso próximo mito. 

* Para ler depois: Charles Talbot, What is a Gospel? (Philadelphia, PA: Fortress Press 1977) Richard Carrier, Sense and Goodness Without God, particularmente a seção 1.2.5 Robert Price, “Jesus: Myht and Method” em The Christian Delusion, págs. 273-90 

Nota: A maioria dos historiadores não usa mais os termos A.C. (Antes de Cristo) e D.C. (Depois de Cristo) para referenciar as datas; alternativamente eles (e este livro, exceto quando citando outras fontes) usam AEC (Antes da Era Comum) e EC (Era Comum).

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